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Análise: A saga de Clementine continua em A House Divided, segundo episódio da nova temporada de The Walking Dead (X360)

Reencontros e novos antagonistas marcam a nova e eletrizante etapa da aventura

Demorou, mas chegou! The Walking Dead: The Game, um dos maiores fenômenos dos videogames nos últimos anos, chegou à sua segunda temporada ao final do ano passado com o tenso episódio All That Remains, que iniciava um novo arco da história de Clementine em sua luta para sobreviver a um terrível apocalipse zumbi. Alguns meses se passaram e finalmente estamos diante de A House Divided, segundo episódio da temporada que já se consagra como um dos mais bem escritos e envolventes de toda a franquia.


Diminuindo o ritmo

Se o primeiro episódio desta nova temporada causou estranhamento em alguns jogadores por seu ritmo mais frenético e a falta de desenvolvimento dos novos personagens na trama, este novo episódio vem justamente para suprir estas necessidades dos jogadores. Sendo assim, é fácil compreender os objetivos da Telltale na concepção da nova temporada do jogo. O primeiro episódio se passa pouco tempo depois de todos os acontecimentos terríveis vividos por Clementine na primeira temporada do jogo, o que justifica o clima de urgência e angustia da história, afinal, estamos falando de uma pequena garota solta em um mundo em que qualquer passo em falso pode resultar em sua morte. A desconfiança geral dos sobreviventes quanto às intenções da garota também eram justificáveis, já que enquanto Lee conheceu a garota momentos após o apocalipse zumbi, os novos personagens conhecem a menina em outro contexto, em que até velhinhos com câncer podem ser perigosos.

Clementine já passa momentos de tensão logo no início do episódio...
O clima de desconfiança que imperou no primeiro episódio dá lugar a um ritmo mais calmo nesta sequência. Após os acontecimentos finais de All That Remains, Clementine finalmente terá a chance de conhecer cada um de seus novos companheiros, e a Telltale, mais uma vez, deu um show no desenvolvimento do perfil psicológico de cada um. Da garota problemática ao rapaz com síndrome de líder, cada um dos novos personagens foram criados com muito cuidado para que se tornassem muito críveis, o que certamente fará com que o jogador crie laços e simpatia por eles e tenha que sofrer ao constatar que uma escolha errada pode ter ocasionado alguma morte no grupo.

...mas mesmo assim terá tempo para conhecer seus novos companheiros
Durando cerca de duas horas, A House Divided não apenas desenvolve os personagens que surgiram na nova temporada como também dialoga com acontecimentos da primeira temporada e do DLC 400 Days, que muitos pensaram que havia ficado esquecido. A temporada é marcada por retornos inesperados e a introdução de um vilão que poderá se tornar um ícone da franquia desde já, caso utilizado com sabedoria.

Uma pitadinha de ação

Apesar de ser muito mais focado na construção dos personagens, A House Divided não deixa de lado as fenomenais e angustiantes cenas de ação já tradicionais da série. As decisões morais também retornam com força e são muito mais complicadas de se tomar do que a do final do primeiro episódio desta temporada, já que o apego pelos personagens começa a surgir e pensar que um movimento em falso pode causar suas mortes começa a pesar.

Apesar da mudança de foco, a ação continua fazendo parte do pacote
Assim como ocorria em alguns episódios da primeira temporada, como o inesquecível Long Road Ahead, o jogador não apenas se sentirá mal com algumas situações como também ficará pensando o que poderia ter feito de diferente para que os resultados fossem outros. Tal característica fará com que alguns joguem novamente o episódio só para conferir o que teria acontecido, o que eu não recomendo pois, para mim, tiraria a imersão que o jogo traz ao jogador pelas grandes responsabilidades que lhe são dadas durante a jornada.

O velho problema de sempre

A House Divided seria um jogo perfeito se não fossem as já tradicionais travadas de câmera do jogo. Como sempre, o título apresenta diversos momentos de lentidão, principalmente nas cenas de ação, em que bons reflexos são uma necessidade. Certas passagens apresentam tanta latência na imagem que o jogador acaba não sabendo que botão apertar e se dá mal por conta disso. Não que o jogo se torne algo impossível de jogar, mas o defeito é perceptível e é lamentável que a Telltale não tenha ajustado isso até agora.

Clementine preocupada com as travadas em suas fugas
Quanto ao visual, ele continua bem bonito e detalhado, o que contribui bastante para que o jogador se sinta ainda mais ligado com o que está acontecendo na tela. O trabalho de dublagem continua impecável e conta com a participação de Michael Madsen, famoso por sua atuação em Kill Bill e Cães de Aluguel.

Voltando aos trilhos

A House Divided é um alívio para aqueles que pensavam que a nova temporada de The Walking Dead estava sem rumo. O episódio cria um novo arco de história, prova que os novos personagens podem ser muito carismáticos e ainda fecha com um clímax que desde já pode ser considerado um dos momentos mais marcantes da franquia. Clementine se mostra uma personagem cada vez mais interessante na medida em que testemunhamos seu amadurecimento perante os acontecimentos terríveis que ela vivencia. Resta-nos agora torcer para que a Telltale não demore tanto para lançar o terceiro episódio, pois as coisas estão começando a pegar fogo.

Prós

  • Excelente desenvolvimento dos novos personagens;
  • Trama começa a ganhar forma;
  • Retornos inesperados;
  • Potencial vilão é revelado.

Contras

  • As boas e velhas travadas estão de volta com força total;
  • Não saber quando jogaremos o próximo episódio.

The Walking Dead: Season 2 — Episode 2 — Xbox 360 — Nota: 9.0
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Wellington Aciole

Escreve para o Xbox Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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