Blast Log

Alan Wake (X360) - Parte 1: Um pesadelo acordado

Entre no mundo de Alan Wake e veja os pesadelos de um escritor se tornarem realidade quando criação e criador se confrontarem!

Eu já contei algumas histórias para vocês. Contei histórias sobre vencer desafios e criar uma lenda com o seu próprio nome. Contei histórias sobre amizade e sobre a fronteira da vida e da morte. Mas a história que eu tenho para contar hoje é um pouco mais complexa do que as anteriores, um conto sobre o limite entre o real e o imaginário, entre o existente e o metafísico, sobre ter a sua própria criação o assombrando. Acomodem-se, se preparem e vamos embarcar em um mundo onde a escuridão pode ser sua amiga ou inimiga, mas, por via das dúvidas, esteja com uma lanterna a postos. É hora de embarcar em mais um Blast Log, agora do jogo Alan Wake (X360), mas não sei dizer se sairemos dele da mesma forma que entramos.

Episódio 1: Pesadelo (Parte 1/3)

Esse é o meu nome. Essa é a minha história.
Stephen King uma vez escreveu que "Pesadelos existem fora da lógica, e não há muita diversão em buscar explicações; eles são antitéticos à poesia do medo”. Em uma história de horror, a vítima continua se perguntando "por quê?", mas não há nenhuma explicação, e não deve haver uma. O mistério sem resposta é o que perdura conosco por mais tempo, e é do que nos lembraremos no final. Meu nome é Alan Wake. Eu sou um escritor. E essa é a maior história que eu já escrevi na minha vida.

O pânico de ter uma morte em
suas mãos é perturbador.
Eu sempre tive uma imaginação muito fértil, então meus sonhos sempre foram mais realistas do que deveriam, mas este aqui em particular superou cada uma das minhas expectativas. É, tudo começou com um sonho. Como de praxe em sonhos distorcidos e de terror, eu estava dirigindo com muita ansiedade, tentando chegar até um farol sem me lembrar o motivo. Dirigia rápido demais, tão rápido que acabei não vendo o mochileiro parado na estrada.

Quando pisei no freio ele já havia sido arremessado pelo meu carro. Desci e fui ver o corpo, apenas para constatar que ele estava morto. Entrei em desespero, talvez eu nunca mais pudesse ver Alice novamente se fosse pra cadeia. Olhei em volta buscando ajuda e, quando olhei para o corpo novamente, me assustei. Ele não estava mais lá. Bem, era um sonho, então fazia sentido. Ou quase.

Eu não podia descansar por um
instante sequer, ou descansaria
para sempre.
Minhas pernas estavam bambas devido à batida, mas com certeza estavam num estado melhor que o carro, que nem ligava. Percebi que teria de continuar o caminho a pé, mesmo na escuridão. Ao menos alguns postes ajudavam na iluminação. Segui por uma trilha por fora da estrada, pois a ponte estava quebrada - o que me fez perceber que, com ou sem o carro, eu não poderia chegar ao farol pelo caminho convencional. O problema foi quando eu estava descendo uma escadinha de madeira e ouvi um barulho, olhando para trás, vi o mochileiro de pé onde havia sido atropelado. Eu apenas pisquei, e foi o suficiente para ele surgir diante de mim, com um machado. Meu sangue congelou, mas eu sabia que não podia ficar parado.

Enquanto eu corria, ouvia o homem vociferar palavras que não faziam sentido no começo (algo como “como se sente morrendo nas mãos de sua própria criação?” e “acha justo ser um escritor, brincando com as vidas das pessoas em sua obra?”), mas conforme eu corria para buscar fôlego, percebi que aquele homem era um personagem de uma das minhas obras mais recentes, em que ainda estava trabalhando. Então eu estava sendo perseguido por algo que eu mesmo criei? Bem, era um pesadelo, parecia bem clichê.

O olhar dele denunciava;
eu era o próximo alvo.
Em meio a minha fuga, encontrei um rosto aparentemente conhecido. Um tal de Clay Steward, me chamando para dentro de sua cabana; ao visto, ele sabia o que estava me perseguindo. Ele estava armado, então não senti que tinha muita opção. Corri para dentro da modesta casa de madeira e a porta se fechou atrás de mim. Clay ficou aterrorizado, batendo na porta e pedindo que eu a abrisse, mas eu não conseguia. Tive de assistir estático enquanto o homem franzino descarregava, sem efeito, sua munição contra o mochileiro, sendo vítima do machado que o rapaz carregava. Dizem que é suicídio trazer uma faca a uma briga de armas. Acho que isso não se aplica quando se traz um machado.

Eu sabia que era a próxima vítima, e isso só se confirmou quando percebi que não havia escapatória daquela armadilha que chamava de cabana. Um olho tomou todas as telas do local, de televisões a computadores, e não conseguia encontrar uma saída enquanto a voz bradando “morra, morra, morra” começava a invadir o meu cérebro. Achei que não havia salvação, uma dor súbita foi tomando meu corpo, fitei uma das portas e percebi um pôster com um homem em roupas de mergulho emitindo luz como um farol. “Tom, o Poeta” estava escrito na imagem. Pedi ajuda até para ele, para perceberem o nível do meu desespero. Fechei os olhos, crente de que a morte era certa.

Quem disse "não vá para a luz"
nunca esteve na minha situação.
Imaginem minha surpresa quando a porta desapareceu e a luz me tomou, com uma voz me chamando para escapar dali. Saí de imediato, seguindo aquela voz que parecia querer me salvar, me guiando até um poste pouco adiante. A luz quente que me envolveu pareceu curar meus ferimentos, senti minha energia voltar. Sempre li e escrevi sobre confrontos entre luz e escuridão, mas nunca fui tão literal assim; a luz realmente era minha amiga naquela fuga. A voz então bradou algumas frases sem sentido:
“O que ele não sabia era que, para além daquele lago que ele chamava de lar, havia um oceano verde mais profundo e sombrio, onde as ondas eram paradoxalmente serenas e selvagens. Nestes portos eu já estive. Nestes portos eu já estive.”
Eu não entendi, mas a voz continuou a me guiar, dizendo que havia entrado em meu sonho para me ensinar como enfrentar a escuridão. Ela me disse que armas não tinham efeito nas pessoas dominadas pelas trevas - os “Takens”, inglês para “tomados” - então eu precisava contar com a luz. Uma lanterna me foi dada, com a habilidade de focar a luz, e com isso eu consegui banir a escuridão que envolvia o mochileiro. Contudo, as trevas ainda controlavam sua mente, ele não podia ser salvo. Recebi um revólver e fui obrigado a disparar quatro tiros contra o peito do meu inimigo. Era um sonho, e eu já havia matado alguém naquela noite. Era aceitável.

Mirar a lanterna, focar a luz.
Mirar a arma, atirar.
Repetir.
A voz partiu, mas me deixou preparado. Munido com lanterna e arma, consegui enfrentar os outros Taken que ficaram em meu caminho para chegar ao farol, mas não contava com um verdadeiro turbilhão de trevas que se formou pouco antes da última ponte, capaz de erguer carros e postes. Eu corri em desespero, indo em direção a alguns barris quando um carro caiu ali e quebrou a ponte naquele pedaço. Voltei a correr, desviando e indo contra outro grupo de barris e estes também deram espaço para um novo buraco. Parecia que o sonho estava me contando que caminho eu não deveria seguir, e eu falhando miseravelmente.

Enfim, cheguei ao meu destino, me senti em paz, tranquilo, estava em meu porto seguro. É normal escritores usarem do artifício da falsa segurança, transmitindo que está tudo bem para o choque ser maior em seguida. Eu devia estar pronto para quando a luz apagou e a escuridão avançou em mim, sedenta pelo meu sangue. Senti a vida deixar meu corpo quando ouvi suas últimas palavras. Um sussurro.
A escuridão veio de onde menos esperava: da própria luz.
“Ele está aqui.”

Episódio 1: Pesadelo (Parte 2/3)

“Acorde. Ei, Alan, acorde!”
Para alguém que estava temendo nunca mais ver a esposa, tê-la acordando-o foi um alívio.
Despertei. O sonho fora tão realista que tinha até esquecido de onde eu havia dormido. Acordei com minha esposa, Alice, me chamando para avisar que a balsa já estava chegando em Bright Falls, uma pequena cidade do interior que escolhemos para tirar nossas férias. Saí do carro e resolvi me socializar, enquanto minha esposa brincava com a câmera fotográfica e eu me perguntava se tinha sido uma boa ideia aceitar essas férias.

Eu querendo me manter na surdina
e encontro logo alguém da rádio local.
Fui falar com um dos presentes, um senhor que devia estar nos seus sessenta anos, com a coluna curvada e óculos para corrigir a visão. Pat Maine era seu nome, anfitrião de um programa de rádio e que imediatamente me reconheceu. A fama tinha seus pontos fracos. Alice me convenceu de ir para aquela pacata cidade porque provavelmente haveria uma chance menor de ser surpreendido por fãs, e eu precisava de um descanso. Depois que a inspiração me abandonou, senti que estava necessitado de tempos de calmaria.

Combinei com um cidadão da cidade, o senhor Carl Stucky, de alugar uma cabana no lago da cidade. Deveria encontrá-lo em uma lanchonete local, onde Alice me deixou enquanto foi fazer algumas compras e conhecer os arredores. Ao entrar na lanchonete, uma desagradável surpresa: a atendente era minha “maior fã”. Fiquei sem jeito de cortar o assunto de súbito, mas precisava encontrar Stucky que, segundo Rose, a atendente, estava no banheiro. Antes de ir, fiz um favor para uma dupla de idosos colocando para tocar uma música no jukebox, o que pareceu agradar um deles e fazer o outro querer se matar.

Eu devia dar mais atenção a
esses avisos.
O corredor para os banheiros estava com a iluminação prejudicada, mas eu tinha de pegar logo essas malditas chaves e sair dali antes que a dor de cabeça piorasse. Uma senhora carregando uma lanterna em formato de lamparina me advertiu para não avançar, pois poderia me machucar no escuro. O pesadelo que tive nem me veio à mente naquele instante, mas deveria ter vindo. Eu disse que podia lidar com o escuro.

Avancei mais e mais no escuro até a porta do banheiro, onde bati algumas vezes esperando resposta do homem. Foi por isso que senti um arrepio frígido passar pela minha espinha quando uma voz feminina, mas mórbida, veio detrás de mim. Uma mulher, que devia estar no auge dos seus cinquenta anos, trajada como se estivesse voltando de um velório, me ofereceu a chave e instruções de como chegar à cabana, dizendo que passaria posteriormente por lá para ver se deu tudo certo. Aparentemente, Carl havia adoecido e não pôde ir ao meu encontro. Engoli seco e aceitei, saindo imediatamente daquele lugar.
Combustível para pesadelos.
Na saída, havia um policial no balcão que comentou sobre como os dois idosos eram fugitivos de uma clínica dos arredores de um tal de Dr. Hartman, e sobre como sempre escapavam de lá. Obviamente fiquei desconfortável de saber que a segurança não era um dos pontos fortes da pacata Bright Falls. Alice já me esperava do lado de fora, e partimos para a cabana sem demora. Eu devia ter ficado um pouco mais, assim teria visto Carl Stucky saindo da lanchonete com pressa, balançando no ar as chaves que deveriam ser para mim.

Fiquei com medo do gerador
explodir na minha cara.
Chegando ao lago, fiquei surpreso com a vista. Era uma bonita cabana, em uma pequena ilha conectada à costa por uma ponte de madeira. Fui na frente para ir iluminando tudo, porque Alice tem escotofobia, medo do escuro. Infelizmente, parecia que a cabana não estava com energia, o que foi um breve desespero. Breve, porque Alice percebeu que havia uma casinha de madeira menor do lado de fora, e aparentemente lá deveria haver um gerador. Fui conferir, e ela estava certa.

Quando voltei para a casa, já iluminada, comecei a vasculhar o local. Havia uma série de livros de um escritor que nunca ouvi falar, um tal de Thomas Zane. Seria bom poder ler o material de outro escritor para ver se tinha alguma inspiração. Liguei o rádio e lá estava Pat Maine e Rose, dando com a língua nos dentes, deixando todos saberem que eu estava na cidade. E lá se vai minha calmaria. Alice me chamou para o andar de cima. Espero que sejam boas notícias.

Eu devia ter visto isso...
Ela disse que tinha uma surpresa no escritório adjacente ao nosso quarto. Ao chegar lá, me deparei com uma máquina de escrever. Em seguida, Alice começou a falar que, naquela cidade, havia uma clínica de “reabilitação para artistas”, como se eu fosse algum tipo de doente. Me revoltei, olhei possesso para ela e bradei minha ira. Eu estava ali para fugir da pressão da cidade de ter de escrever, não para trabalhar mais. Estava tão cego de raiva que nem percebi, quando as luzes se apagaram, que uma silhueta conhecida surgiu à minha direita por alguns instantes.

Não me importei com a fobia de Alice e saí da cabana, buscando ar fresco. Era revoltante ter ignorada sua necessidade de descanso. Contudo, logo minha decisão teve um preço, e ouvi os gritos de minha esposa do lado de dentro de casa. Eu corri para dentro, mas a porta dos fundos estava aberta. Fui até lá e pude ver a silhueta de Alice afundando na água do lago. Não pensei, apenas pulei e deixei a água escura e profunda me envolver.
O desespero de ver alguém que se ama com a vida em perigo faz você ignorar a auto-preservação.

Episódio 1: Pesadelo (Parte 3/3)

Eu mergulhei no lago e acordei em um carro com um corte na cabeça. Se estivesse de ressaca, faria sentido.
Abri os olhos e estava dentro do meu carro, diante de um penhasco. Eu não me lembrava como fui parar ali, mas precisava sair imediatamente. Olhei para o retrovisor e percebi um corte em minha testa, sangrando. Minha cabeça doía, minhas pernas ainda mais. Estive num acidente e nem sei como dirigi até aquele ponto. Saí de imediato do carro, olhando em volta, identifiquei um posto de gasolina ao longe. Era minha única saída, já que meu celular simplesmente morreu. Antes ele do que eu.

Era como se minhas ideias
tivessem ganhado vida.
Conforme fui descendo o caminho para o posto, observei de camarote meu carro despencando no abismo da floresta. Honestamente, eu não sei se o meu seguro cobre isso. Claro, eu não tinha como pensar nisso agora, já que precisava encontrar Alice e descobrir como raios fui parar ali. Na minha pressa, quase deixei passar algumas folhas de papel voando ao vento em minha direção. Tomei uma delas e podia ler: “Departure, por Alan Wake”.

“Departure” - inglês para “Partida” - era o nome que eu planejava para o meu próximo livro, mas eu não escrevi nada sobre isso. Ainda assim, eu estava como o autor daquele manuscrito. Por quê? Outra página que encontrei narrava o protagonista sendo atacado por um assassino com o machado na floresta. Isso era terrivelmente familiar ao meu pesadelo, o que me deixou desconfortável. Eu sentia que havia saído de um pesadelo para acordar em outro.

No caminho para o posto de gasolina, encontrei uma madeireira bem iluminada. Talvez ali eu tivesse como entrar em contato com as autoridades. Adentrei o local por uma cerca quebrada, mas logo me arrependi. Carl Stucky estava lá, balbuciando palavras sem sentido e envolvido por uma característica aura sombria, do tipo que eu descreveria em meus livros. Pensei em me aproximar, mas então vi ele brandindo um machado. Era a cena do meu livro. Carl iria tentar me matar.
Eu já assisti "O Iluminado" o suficiente pra saber como isso iria acabar.
Saí disparado dali e fui até dentro de um escritório na madeireira para ligar para a polícia. Assim que atenderam, contudo, a ligação cortou. Olhei pela janela e me aterrorizei ao ver um trator vindo em direção do escritório, me forçando a sair dali acelerado antes que fosse jogado abismo abaixo junto do recinto e do automóvel industrial. Felizmente, encontrei lá dentro uma lanterna e um revólver. Lembrei do meu pesadelo e sabia o que fazer, embora não estivesse pronto para isso.

Enquanto continuei avançando pela escuridão da floresta, outros como Carl começaram a aparecer. Dessa vez eu não hesitei, mirando a lanterna em suas direções, focando a luz e descarregando quantas balas fosse preciso para que cada um deles caísse. Estava em desespero, nunca havia atirado em qualquer coisa que não fosse um alvo num estande de tiro, quiçá num ser vivo. Eram eles ou eu, e eu precisava salvar Alice, então não podia me dar ao luxo de divagar sobre conflitos morais do assassinato por sobrevivência.

Será que aquela luz ainda está
tentando me ajudar?
Em minha busca, mirei a lanterna para uma parede e vi uma flecha pintada em tinta luminescente. Acompanhando as flechas que foram surgindo com o raio da lanterna, encontrei um baú com munição, baterias para a lanterna e outros itens de sobrevivência naquela escuridão. Lembrei da voz no meu pesadelo; era como se alguém estivesse tentando me ajudar, mas sempre indiretamente. Bem que eu queria que aquela voz aparecesse mais uma vez.

Conforme avançava e me aproximava de meu objetivo, encontrei mais e mais páginas do manuscrito Departure, sempre narrando acontecimentos que refletiam a realidade. Enquanto chegava perto de outra parte daquela madeireira, adentrei um escritório lendo as páginas para ter um pouco de paz. Lá encontrei uma espingarda, o que decerto me deu certa paz mental. Nunca imaginara que um dia pensaria assim.

O instinto de sobrevivência te
força a fazer coisas que nem
imagina ser capaz.
O problema foi quando avancei no que parecia ser o último espaço entre mim e o posto de gasolina. Carl estava me esperando, e com bastante companhia. Posso ter conseguido lidar bem com atirar um revólver, mas não tinha o costume de atirar com espingardas, ainda mais manuseando uma lanterna. Sentia o suor tomando meu corpo e escorrendo como facas pela minha face enquanto via a morte chegar mais perto a cada passo que meus inimigos davam adiante. Me atrapalhei, quase fui atingido, derrubei munição no chão. O disparo da espingarda afastando os Takens foram como um sopro de vida para minhas esperanças, me dando espaço para agir, avançar e garantir minha sobrevivência. Um a um eles foram caindo, até que restou apenas Carl, aquele que devia ter me cedido sua cabana.

Ele era muito mais rápido que os outros, e mais agressivo. Era como se a escuridão nele fosse mais intensa, e isso fazia com que seus poderes fossem maiores. Tive de tomar cuidado para não focar a luz e gastar bateria desnecessariamente, então tive de esperar Stucky chegar perto o suficiente para atacar. Tão perto, ele não conseguiu desviar da luz em seu rosto, banindo a escuridão e me permitindo disparar repetidas vezes contra ele. Ele caiu, seu corpo desapareceu. Não sabia o que estava acontecendo, mas estava feliz de ter sobrevivido. Só não sabia se alguém acreditaria em mim.

Xerife Sarah Breaker...
Lembrarei desse nome.
Cheguei no posto de gasolina e tive uma tensa constatação: entre meu mergulho e ter acordado no carro, se passaram sete dias. Como sabia? Quando falei com o Maine, ele disse que levaria duas semanas para acontecer o Deerfest, uma feira local. Uma placa no posto indicava que faltava apenas uma semana agora. O que eu fiz nessa semana? O que fiz nesses sete dias? Será que foi daí que saiu esse monte de manuscritos?

Enfim, consegui ligar para a delegacia e a xerife da cidade veio ao meu encontro. Ia tentar explicar o que houve, mas isso provavelmente destruiria minha credibilidade antes mesmo de começar a conversar. Eu só queria voltar para Cauldron Lake e ver se Alice estava em casa, mas a xerife parecia meio hesitante sobre me levar até lá. Insisti, mas me arrependi. Eu não estava pronto para o que teria de ver.
Mas... Onde..?
Não havia casa. Não havia ponte. Não havia ilha. Desde a década de setenta que não existe nada naquele lago. Então... onde eu estive?
Isso conclui a primeira parte do nosso Blast Log de Alan Wake. O que aguarda a história de Alan? É uma escrita um pouco diferente do que estou (e estão) habituados aqui no Xbox Blast, então comentem, compartilhem suas opiniões, críticas e dicas. Vamos desvendar juntos a trama sinistra que envolve Bright Falls e ver que a luz não é apenas uma bênção, é uma necessidade quando se quer sobreviver.
Revisão: Bruno Nominato
Capa: Diego Migueis

E se quiserem conferir uma outra perspectiva do jogo, confira a primeira, segunda e terceira parte do gameplay comentado da vlogger Marjorye Prado em nosso canal do YouTube!

é graduando em Ciências Contábeis e amante de uma boa discussão sobre videogames. Além de escrever para o Xbox Blast, também é redator nas revistas Nintendo World e EGW. Para elogios e críticas, pode encontrá-lo no Facebook ou Twitter.

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