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Prepare-se para a invasão em The Bureau: XCOM Declassified (X360)

Depois do sucesso de Enemy Unknow será que o spin-off Bureau: XCOM Declassified consegue pegar carona no sucesso da franquia?

É inegável que a série XCOM conseguiu hipnotizar e apaixonar milhões de jogadores, incluindo esse que vos fala, devido a seus aspectos de estratégia e a forma como ela o prende durante horas. Foi com a ideia de explorar esse universo que em 2010 foi anunciado The Bureau: XCOM Declassified, um spin-off de tiro em primeira pessoa baseado na famosa franquia. Seguido de muitas críticas e mudanças, o FPS acabou virando um third-person shooter com um enfoque muito maior nos aspectos de estratégia de combate, com o intuito de aproximar Bureau aos jogos originais da franquia. Será, entretanto, que o game consegue trazer a sensação de um autêntico XCOM?

Uma história de outro mundo

Depois desse maravilhoso trocadilho, desculpem, é mais forte do que eu, é hora de dar uma olhada na história por trás do shooter da 2K. E para infelicidade geral, esse é um dos pontos mais fracos do game. Você é um agente do governo americano incumbido de entregar um artefato para o exército americano, porém, essa missão acaba sendo interrompida pois, adivinhe, aliens atacam o planeta Terra, pegando a todos de surpresa.

Eis que o governo americano, então, lança o projeto que representa a última esperança da humanidade: o XCOM. Originalmente criado como um plano de defesa contra um possível ataque soviético, já que o jogo é situado no período mais ferrenho da Guerra Fria, essa unidade tem a responsabilidade de impedir que os aliens dominem nosso planeta, utilizando, se necessário, da tecnologia dos mesmos para combatê-los.

O grande problema não é nem o enredo em si, que se comparado com o de outros jogos não deixa tanto a desejar (apesar de ser recheado de clichês, algo que a indústria nem se importa mais em tentar arrumar, diga-se de passagem), mas sim a falta de nexo a medida que a história se desenrola, além é claro, de alguns furos que simplesmente não fazem sentido algum. Um exemplo claro é o fato de, logo na primeira fase do jogo, um de seus aliados no campo de batalha possuir uma sentinela muito moderna para a época, e que pelo fato da invasão ter recém começado, seria impossível ter conquistado tal tecnologia.
Lembram desses amiguinhos?

Hora de dar uns tiros

Após aguentar a história insossa de Bureau é hora de ir para o que interessa: matar alguns aliens. Falar da jogabilidade do spin-off é um tanto quanto complicado, visto que para um third-person shooter o jogo é bom e cumpre todas as expectativas, o grande problema, entretanto, está no que fez XCOM ser o sucesso que é: a estratégia. A jogabilidade se resume a você controlar o personagem principal e mais dois agentes de sua escolha, com suas respectivas classes e habilidades, enquanto tenta eliminar os aliens em uma determinada área (acredite, é só isso que você vai fazer).

Vamos para os problemas disso então? Se para um jogo de tiro a experiência não é ruim, a mira e outros elementos funcionam bem, assim como o sistema de cover, para um jogo XCOM essa jogabilidade se mostra falha em vários aspectos. Primeiramente, controlar seus companheiros pode ser mais difícil do que parece, pois eles têm uma tendência estranha a descumprir suas ordens e sair andando por um lugar qualquer sem cobertura alguma, o que resulta quase sempre em morte.

Outro ponto importante é a repetição. Se em XCOM: Enemy Unknow você perdia alguns minutos pensando em cada turno, em Bureau sua estratégia não costumará variar muito. Além de usar as habilidades ofensivas para derrubar os alvos mais fortes, e utilizar as dos suportes para ficar mais forte, basicamente sua estratégia mais elaborada será utilizar seus companheiros como isca para lhe permitir um ataque mais seguro. Comandar seus agentes por caminhos mais complexos quase sempre será uma dor de cabeça, devido a suas tendências aparentemente suicidas já citadas, e é provável que muitas vezes você resolva o serviço com suas próprias mãos.

Morrer é pra sempre. Ou será que não?

Outro ponto que merece ser tocado, e que é bem relativo, é como o spin-off trata as mortes de seus companheiros. Se na “linha principal” da franquia a morte de um companheiro é algo extremamente trágico (pois você perde tudo o que treinou nele) em Bureau as coisas funcionam um tanto diferente. Primeiro que o jogo conta com sistema de renascimento de uso relativamente fácil, inclusive um NPC pode reviver o outro, o que torna perder um companheiro algo raro. Segundo que, por limitações de enredo, visto que você controla um agente e não uma corporação como nos outros jogos de XCOM, caso você falhe na missão será possível voltar para um checkpoint ao invés de perder toda sua equipe e ter que começar outra do zero. Se por um lado isso é bom para novatos e tira aquela decepção por ter perdido tudo o que foi feito, por outro pode ser algo que faça falta para jogadores mais antigos da franquia, pois esse fator era o responsável pelo vínculo do jogador com seus agentes.
Reviver um companheiro é fácil como usar um spray

Um jogo para poucos

A volta da franquia XCOM foi uma das melhores surpresas dessa geração que se encerra. Tentando pegar carona nesse sucesso, Bureau: XCOM Declassified infelizmente acaba virando apenas mais um entre centenas de shooters genéricos. Embora alguns elementos tenham sido aproveitados, como o controle no campo de batalha, esses infelizmente não conseguem captar a mesma sensação da “franquia mãe” do jogo. No geral, se você estiver com vontade de um third-person shooter, talvez seja melhor rever Mass Effect ou Gears of War.

Prós:

  • Bom sistema de cobertura (pelo menos para seu personagem).
  • Visuais que retratam bem a época;

Contras:

  • História extremamente clichê e confusa;
  • Companheiros suicidas;
  • Falta da essência de XCOM.

Bureau: XCOM Declassified – Xbox 360 - Nota: 6.5
Revisão: Catarine Aurora
Capa:Sybellyus Paiva

é graduando em Engenharia de Computação na UFRGS. Viciado em jogos, em especial Mobas e RTS, passou boa parte da vida jogando-os e pesquisando sobre aqueles que não teve tempo de jogar, o que o levou a virar redator do Xbox Blast.

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