Blast from the Past

Blast Replay: Knight Lore (1984)

Mais uma joia da Rare — antes de ela se chamar assim — importante e influente na história dos jogos.

Depois de estrear com Jetpac, a Ultimate Play That Game — que originou a Rare — desenvolveu uma quantidade grande de títulos entre os anos de 1983 e 1985 (importante época dos jogos para computadores, nos primeiros anos dessas máquinas chegando às casas). Sabre Wulf (1984) trouxe pela primeira vez o herói Sabreman, que ainda estrelaria outros três títulos (além de um outro não publicado), e inspiraria um personagem de Killer Instinct.


Desta série de jogos, Knight Lore é o grande destaque. Além de trazer uma nova aventura interligada com os acontecimentos anteriores, o título é identificado por uma série de aspectos como um dos jogos mais importantes de sua época.

Aventuras de Sabreman

Na primeiro jogo (Sabre Wulf, que também está na coletânea Rare Replay) o herói acaba sendo mordido pelo lobo e contraindo licantropia, e, sempre que a noite chega, ele se transforma em um lobisomem. Em Knight Lore devemos controlá-lo através de um castelo cheio de desafios em busca da cura. No caso, tal local é a morada de um mago, mas também traz 128 salas cheias de armadilhas, plataformas e alguns inimigos.
Podemos arrastar objetos para tentar alcançar certos itens.
É necessário juntar alguns itens para conseguir a tal cura, e temos 40 dias e 4 vidas para realizar tal feito. E o game conta realmente com um ciclo dia/noite importante para o gameplay. Além de ser identificado pela passagem do Sol ou da Lua, respectivamente, na parte inferior da tela, ao cair a noite, Sabreman se transforma em um lobisomem, trazendo algumas diferenças para o jogo. Na forma transformada, nosso herói não apenas pula mais alto, o que pode ajudar em algumas salas, como certos inimigos só o atacam nesse momento.
Capa de Knight Lore.
E para quem acha que certos jogos recentes largam o jogador no meio do nada e sem direção, aqui a coisa é ainda mais vaga, levando à exploração e a descobrir um pouco mais a cada sessão.
Um mapa (bastante) estilizado do que seria o castelo.

Isometria e plataformas

Possivelmente o aspecto mais icônico do título é seu visual aliado à visão isométrica. Knight Lore não foi o primeiro jogo a usar esse tipo de câmera (o clássico Q*Bert, por exemplo, já havia sido lançado), mas acabou sendo um dos mais importantes, influenciando desde jogos de plataforma dos anos 1980 até os grandes RPGs para computadores dos 1990 (Baldur’s Gate e Diablo, para citar apenas dois).
Na forma de lobisomem algumas coisas mudam!
Por um lado a visão ajuda a construir o mapa e os caminhos do castelo, por outro cria altura e profundidade para trabalhar com os inimigos e plataformas. E os desafios acabam sendo interessantes e surpreendentemente variados. É claro que, jogando em 2015, alguns pulos e movimentos não possuem a precisão que gostaríamos, e em certos momentos a visão pode nos confundir sobre o posicionamento de algo. Nada que atrapalhe a jogatina, que continua prendendo pela exploração e vontade de curar nosso herói dentro do tempo disponível.
E assim entre o som levemente irritante dos passos do herói, dias e noites que vêm e vão, causando a transformação de Sabreman, um grande castelo para explorar e uma maldição para curarmos, Knight Lore acabou guardando seu lugar na história dos jogos.

Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araújo

é um homem sem qualidades. Para se esquecer das décadas de fracassos de sua vida real, resolveu passar parte do seu dia jogando. Iniciado nos games por Adventures e JRPGs, hoje em dia joga de tudo. Gosta muito de escrever sobre jogos, mas só dá nota 10 para games em que você pode dar Suplex em um trem.

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