Hands-on

Cuphead (XBO): uma experiência nostálgica, a dois e sensacional

Novo jogo indie do Studio MDHR promete levar o jogador aos desenhos do início do século XX.

Cuphead é aquele tipo de jogo que basta uma rápida olhada para cativá-lo completamente. E não é apenas por ser mais um jogo indie em progressão lateral que aposta num estilo visual nostálgico, mas porque o saudosismo dos gráficos de Cuphead são incríveis e totalmente originais para um videogame. Desde a E3 2014, a paixão por este título vinha aumentando em mim e, finalmente, pude experienciá-lo por alguns fantásticos momentos no booth da Microsoft na E3 2016. Ainda não acredita no potencial de Cuphead?

Com a cabeça nos anos 20

Ok, eu até tentei, mas é muito difícil começar qualquer parágrafo de um texto sobre Cuphead sem ressaltar seus visuais. Direto das primeiras animações do século passado, sobretudo as do icônico estilo da Fleischer Studios, Cuphead é um verdadeiro episódio de Popeye ou Betty Boop em forma de videogame. Não se trata de um jogo que tenta emular o estilo visual 8-bits, mas sim o estilo visual dos primeiros cartoons em preto e branco. E esse estilo é impressionantemente bem retratado não apenas pelo design dos personagens, mas também pelas suas animações e pelo filtro à lá televisão de tubo que acompanha cada segundo do jogo.
A jogabilidade é também inspirada em clássicos do passado, mas, dessa vez, nos shoot-'em-up e run and gun cooperativos como Contra. Pelo aspecto multiplayer forte do jogo, a demonstração disponível no booth da Microsoft era justamente para dois jogadores, cada um assumindo um controle de um dos protagonistas de cabeça de xícara. Com controles bem simples, não é preciso mais do que alguns segundos para sair por aí atirando em tudo o que se mexe e avançar pelas fases.

Uma mão lava a outra

Apesar de bonitinho, Cuphead provou ser um jogo desafiador. Como só era possível ser acertado pelos inimigos ou cair em precipícios três vezes para morrer, o inicial encanto com a estética do jogo logo teve que dividir espaço com a atenção e precisão com os controles. Depois de algumas tentativas, conseguimos superar o primeiro estágio do jogo!
Após isso, pudemos conferir o mapa do jogo, à lá Super Mario World. Havia diferentes opções de coisas para fazer no mapa, o que pode significar uma maior liberdade de progressoão do que a de um típico jogo indie arcade. Mas, sendo aquela uma curta demonstração, o principal a se fazer em seguida era avançar para a batalha contra o primeiro chefe do jogo. E assim fizemos!

Como você pode ver pelo vídeo acima, a batalha era contra diferentes legumes gigantes de um horta. Que sentido faz isso? Quem precisa saber! A luta foi bem interessante. Em um primeiro momento, enfrentamos uma batata gigante, que consistia apenas em atirar em direção a ela e evitar seus projéteis. No segundo momento, a coisa ficou um pouco mais complicada. O inimigo passou a ser uma cenoura com três olhos, que precisava ser acertada em uma região específica e lançava um projétil de alcance muito maior. Não foi de longe o chefe mais interessante que os trailers já haviam mostrado, mas, para uma demonstração, é compreensível que não queiram estragar a surpresa dos inimigos mais complexos.

Nostalgia promissora

O encanto dos trailers e imagens de Cuphead é elevado a outro nível quando se pode efetivamente jogar o título. Simples e divertido, esse pode ser um dos melhores jogos cooperativos desse ano. Ainda assim, o fato de não ter visto nada realmente impressionante no quesito design de fases me fez questionar se, até o fim da aventura, o carisma conseguirá carregar nas costas uma possível mesmice na mecânica de jogo. Afinal, a estética de um jogo pode ser ótima, mas não irá muito longe se não trouxer benefícios para o gameplay. Com lançamento exclusivo para XBO e PC, Cuphead é um jogo para se ficar de olho!
Capa: Rafael Neves
Revisão e edição: Jaime Ninice

é quadrinista e estudante de medicina da UFBA. Jogos fizeram parte dessa vida desde os seus primeiros anos, embalando muitos dos mais fortes laços de amizade e histórias de vida. E esse legado desembocam nas matérias que escreve aqui no Blast e em sua HQ, The Legend of Link.

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