Trajado a rigor
Tim é um homem de baixa estatura e, apesar de não sabermos sua idade, aparenta ter passado dos 30, talvez dos 40 anos. Ele tem um cabelo castanho-avermelhado e se veste bem diferente do que se espera de um personagem que tem pela frente uma aventura de "resgatar a princesa", por mundos repletos de plataformas e inimigos. Convenhamos, paletó e gravata não combina com altos pulos e correria (mas se o James Bond pode, por que não Tim?).
A relação de Tim com essa princesa que ele pretende encontrar não é, a princípio, bem explicada. Na verdade, mesmo para aqueles que terminaram o jogo e depois pegaram todas as estrelas para ver o final alternativo, a história de Tim em relação a ela deixa muita margem para interpretações e essa foi a intenção de Blow. Ele queria fazer os jogadores pensarem. E conseguiu, já que muito se discute sobre quem Tim é realmente, se herói ou vilão, ou mesmo nenhum dos dois.
Sem Game Over
Durante todo o jogo, podemos notar como Tim é um personagem privilegiado, já que ele não terá nunca que se deparar com a indesejada tela de "Game Over". Acontece que não é possível "perder" em Braid, pois a habilidade principal do protagonista é a de retroceder o tempo. Ou seja, o game foi feito para quebrar esse paradigma de vitória/derrota, concentrando-se simplesmente na jornada.
Além de voltar o tempo, Tim também recebe um "anel mágico" no Mundo 6 do jogo, que o permite criar um círculo em sua volta, cujo efeito é o de fazer o tempo passar mais devagar para os objetos que se aproximam dele.
Curiosidade: Tim é um personagem desbloqueável no jogo independente Super Meat Boy (X360, 2010). Basta coletar 50 curativos.
Independente e filosófico
Jonathan Blow, ao criar Braid e seu personagem principal Tim, permitiu a si mesmo toda a liberdade para fugir de paradigmas e arriscar criar um jogo completamente independente (ele bancou o jogo inteiro do próprio bolso) cuja história fosse incomum e que fizesse os jogadores pensar durante toda a jogatina, não apenas em relação aos puzzles, mas também no que cada personagem representa. Cientista, monstro ou mero apaixonado incompreendido. Seja qual for a interpretação que o jogador queira escolher, o importante é poder parar para pensar, e não apenas sair de castelo em castelo. E você, caro leitor, já chegou a alguma conclusão em relação à verdadeira natureza de Tim? Deixe o seu comentário.
Revisão: Gabriel Toschi
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