Mais perdido que cego em tiroteio
Antes de falar sobre minha profunda decepção com o jogo, aqui vai uma ideia de como seria um game ideal baseado no universo de Lost: Primeiramente a Ilha deveria ser um mundo aberto no melhor estilo Far Cry 3, onde você precisaria se aventurar pela mata em busca de mantimentos para os sobreviventes. Obviamente existiria um monstro de fumaça e centenas de mistérios e perigos o aguardando dentro da selva. Tão simples desenvolver algo assim, não é? Não daria tanto trabalho fazer um jogo nessa linha, e ele provavelmente seria bem legal.Como Via Domus deveria ser... |
Seria o mascotinho da coluna a real identidade do monstro de fumaça? |
Bem quando você achava que as coisas não poderiam ficar piores que isso surgem os primeiros mistérios e puzzles do jogo. Se você assiste o seriado, deve imaginar que a jogabilidade se concentraria em solucionar mistérios sobre as origens da Dharma, a abertura da escotilha ou até mesmo as origens no monstro de fumaça, mas isso seria coerente e divertido demais. Via Domus preferiu inovar e teve a “brilhante” ideia de centrar todos os enigmas do jogo em um minigame surrealmente frequente sobre a conexão de fusíveis em painéis. Pois é, lembra disso no seriado? Eu também não...
...e como Via Domus realmente é. |
Um personagem mais mala que o Paulo
Comparado com Elliot, até o Paulo é carismático |
Ou seja, Elliot também pegou o voo Oceanic 815 e esteve esse tempo todo na ilha, mas convenientemente só agora nos foi revelada sua existência. Como de praxe no seriado há flashbacks no meio da narrativa nos contando mais sobre o passado do personagem, mas é realmente difícil se empolgar com Elliot quando há tantas coisas mais importantes acontecendo na ilha. Não dá para ligar para sua patética história quando poderíamos estar assistindo um flashback do Jack ou do Locke.
Sabe o que seria melhor do que jogar com o Elliot? Qualquer coisa. |
A pior dublagem da história
O aspecto sonoro é possivelmente a parte mais agridoce de Via Domus. Se por um lado a trilha sonora é composta por algumas faixas do brilhante Michael Giacchino, por outro elas apenas servem para embalar o que seguramente é o pior trabalho de dublagem já feito na história da humanidade. As vozes não oficias (ou seja, a esmagadora maioria delas) são simplesmente risíveis. No melhor cenário, como ocorre com o dublador do Jack, você apenas pensa “ah, está na cara que não é o Matthew Fox falando”, enquanto nos casos mais graves, como quando Charlie fala algo, você pensa “que piada de mal gosto, por que ele está imitando alguém com retardo mental?”.Ué, isso é jogo de Lost ou de House MD? |
Para quem é fã do seriado como eu, foi realmente empolgante saber que os atores responsáveis por interpretar Ben, Sun, Desmond e Claire cederam suas vozes ao game. Mas quantas falas eles possuem ao todo? Somando a participação desse elenco, acredito que eles devem ter trabalho em cerca de vinte linhas de diálogo no máximo. Patético. Todo fã que se preza adoraria poder ouvir as vozes de Jack, Sawyer, Locke, Hurley e tantos outros personagens legais, mas o que recebemos? Os atores que interpretam Mikhail e Tom. Obrigado pelo empenho, Ubisoft!
Temos que voltar!
Até o episódio do aviãozinho da Kate é menos pior que esse jogo |
Revisão: Alan Murilo
Capa: Vitor Nascimento
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