Blast Replay: Banjo-Kazooie: Nuts & Bolts (2008)

Depois de longos oito anos de espera, Banjo e sua amiga Kazzoie retornaram em um jogo totalmente maluco!


Quando o mundo criado pela Rare parecia estar apagado e perdido, eis que uma dupla de peso, Banjo e Kazooie, ressurge com um jogo diferente de tudo que você já viu. Pelo menos dentro do mundo do game, que ganhou uma nova roupagem para a nova casa, a tia Microsoft, e também para a então nova geração, o Xbox 360. Mas será que essas novidades irião servir para um jogo de plataforma tão tradicional que marcou o legado do Nintendo 64, ou será que a quebra de paradigmas na geração mais atual seria bem vinda ao estilo? Banjo-Kazzoie: Nuts & Bolts (X360) veio para nos dar essa resposta!

Banjo-Kazooie 3?

Adianto que de longe o título pode ser chamado de uma continuação dos sucessos anteriores para o Nintendo 64. Embora ainda tenhamos um imenso mundo para explorar repleto de notas musicais e quebra-cabeças, o foco aqui não é a caça por peças ou músicas, mas sim a construção de veículos. Banjo dirigindo? Isso mesmo! Veículos construídos por você mesmo para cumprir os desafios propostos pelo game. Parece que o jogo veio para inovar e te fazer esquecer de tudo aquilo que consagrou a série na era de ouro do sixty-four.


O cenário está impecável, com efeitos dignos da geração X360, com belíssimos efeitos de luz, sombra e água, tudo em alta definição. Banjo, agora com um visual que mais parece uma caixa retangular e peluda, está lá com sua amiga inseparável Kazooie em sua mochila. Aliás, dizer que Banjo está quadradão é meio equivocado, já que nos jogos anteriores, os personagens não passavam de polígonos. Aliás, aqui está boa parte do humor do jogo. A Rare brinca, deita e rola em cima dela mesma, criticando até mesmo puzzles demorados de coletar itens e apostar corrida logo no início do game. E, claro, Gruntilda está de volta e é quando ela se mete no caminho de nossos heróis que a aventura começa!


E não é só a bruxa malvada que está de volta à trama, Mumbo Jumbo e toda a turma está lá, reunida em Showdown Town, a cidade principal do jogo onde você terá acesso ao demais níveis. Tudo é válido para dar aquele dom de nostalgia aos fãs da série que saíram da Nintendo para a Microsoft. Até mesmo os grunhidos monossilábicos dos personagens estão de volta, em meio uma enxurrada de novos games com vozes até de gente famosa. Mas é apenas isso, já que o foco do game é totalmente outro.

Veículos para montar

Logo no início você já é apresentado ao seu primeiro veículo, peça importantíssima do jogo. Aliás, Nuts & Bolts se foca totalmente nisso. No começo, você tem um carrinho quadradão, apenas com assento, rodas e motor. Pode parecer difícil controlá-lo no começo, mas acredite, conforme vai liberando novas customizações, andar de carrinho pode ser bem divertido e também muito útil para os longos cenários do game. Aliás, tudo é tão grandioso que Banjo e Kazooie praticamente somem na tela. Então vai dizer que não foi uma inovação necessária para a série?


Os veículos, portanto, são a peça-chave do jogo. As missões focadas neles são as mais variáveis possíveis, desde corridas de obstáculos até mesmo brincar de taxista e levar um amigo de um lugar para o outro. E juntar novas peças para criar e recriar novos veículos é um show à parte. Tudo ao melhor estilo de encaixar e montar, eu ouvi dizer LEGO? Isso mesmo, montar o seu veículo é algo totalmente criativo e funcional assim como brincar de blocos de montar na sua infância. Difícil mesmo é colocar o ingrediente certo em seu carrinho para conseguir avançar naquela missãozinha chata. Até veículos voadores estarão disponíveis conforme o jogo evolui. Aliás, outro ponto importante aqui é quanto à dificuldade que avança lentamente, enquanto você vai juntando peças e peças para seu veículo e sofre um "bum" no último nível com dificuldade bem extrema para esse tipo de jogo. Então prepare-se!

O encanto tem um preço

Todo mundo está lá!
Se por um lado Nuts & Bolts resgata aquilo que consagrou a série, como plataformas, desafios, personagens humorísticos e peças, enquanto adiciona elementos bem-vindos, como ação e os carrinhos, outras coisas pecam e muito no game. Os sons são muito muito repetitivos e sucateados da geração passada. Como disse anteriormente, até os grunhidos estão lá, além da queda de taxas de quadros constantes em momentos de ação. E o que dizer da direção e montagem de alguns carrinhos?

A impressão que fica é a Rare não poliu tão bem esse game como os anteriores, o que pode ter ocasionado seu fracasso de vendas. Inclusive muitos fãs da série e até mesmo da empresa, mal conhecem esse jogo. Mas nada que desmereça o conteúdo da embalagem! Agora com o Rare Replay para o Xbox One, você terá uma oportunidade de dar uma chace para esse jogão. Que tal? Afinal, que grande título da nova geração que também não apresenta falhas?

Vale a pena?


Se você é um saudosista que gosta de games de plataforma poligonais do passado e acha que Super Mario 64 (N64) é o melhor jogo de todos, passe longe desse aqui. As inovações são mais visíveis que as conservações, mostrando que o jogo está pronto também para novos adeptos, agradando ao estilo que os donos de um Xbox tanto gostam. Mas também serve como uma sequência, ainda que não direta, dos grande games de Kazooie e Banjo nos tempos de ouro da Nintendo, capaz de agradar aos fãs. O jogo ainda inclui suporte para dois jogadores localmente ou via Xbox Live, com missões que aumentam ainda mais a diversão do jogo por horas e horas, em que ainda é possível compartilhar vídeos de seus veículos com seus amigos via Live.
Com toda certeza é uma peça de ouro na coletânea do Rare Replay e que também faz parte de toda trajetória da empresa por todos esses anos. Está diferente, é verdade, mas lembre-se que a Rare também mudou. E não diria que melhorou ou piorou, mas ela soube recriar a si mesma e tirar proveito disso. Se ainda não tirou suas próprias conclusões, jogue e construa carrinhos que você não irá se arrepender. Pelo menos poderá dar boas risadas! 
Revisão: Alberto Canen
Capa: Peterson Barros

Escreve para o Xbox Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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