Aplocalipses zumbis já se tornaram recorrentes em jogos de
videogame. Seja com autênticos jogos de terror como Resident Evil (PS) ou
experiências mais voltadas à comédia, como Dead Rising (X360). Esta segunda
nunca chegou a encontrar um lugar ao sol. Com diversos problemas de
jogabilidade e um sistema de tempo bastante inconveniente, a franquia cômica da
Capcom nunca foi executada da forma que merece ser. Felizmente, isso acaba de mudar,
com a chegada de Dead Rising 3, um dos mais divertidos títulos de lançamento do
novíssimo Xbox One!
Cidade sitiada
Em Dead Rising 3, assumimos o controle de Nick Ramos, um
mecânico muito talentoso que ao lado de seus amigos Rhonda e Dick, deverá
enfrentar hordas intermináveis de zumbis para escapar de Los Perdidos, cidade
baseada em Los Angeles que foi completamente dominada por mortos-vivos. Como se
não bastasse, o rapaz deve correr contra o tempo, já que o governo planeja
explodir a cidade para se livrar de uma vez por todas da ameaça biológica.
Nick e Annie, seu interesse amoroso |
Em sua jornada, Nick encontrará diversos sobreviventes com
histórias para contar que podem até mesmo se tornar seus aliados, o que é
vital para certos momentos da aventura, que dura em média dez horas. Contudo, o
rapaz também se deparará com pessoas nem tão amigáveis e até um pouco loucas,
que desejarão matá-lo a todo custo sem motivo aparente. Dead Rising 3 é um jogo
de mundo aberto, o que implica em uma série de colecionáveis espalhados pela
cidade bem como muitos sidequests. Felizmente, boa parte destas atividades é
realmente útil na medida em que Nick é recompensado com novas armas e
equipamentos.
O personagem pode construir os mais insanos veículos! |
Nos títulos anteriores da franquia, as missões geralmente
vinham acompanhadas de inconvenientes contadores de tempo que limitavam a
exploração de maneira extremamente frustrante. Em Dead Rising 3, a Capcom
parece ter finalmente ouvido os jogadores e tratou de eliminar os contadores da
aventura, mas não sem incorporar o tempo de alguma forma. De maneira muito
menos invasiva, a desenvolvedora decidiu que o jogador deve conseguir completar
a campanha antes que o governo destrua a cidade. Apesar de soar um pouco
desesperador, não se preocupe, há tempo suficiente para cumprir a jornada, realizar
missões paralelas e até mesmo buscar os colecionáveis espalhados por Los Perdidos e
muitas vezes você mal se lembrará que está jogando algo com medidor de tempo.
A verdadeira definição de horda
O principal atrativo do título é facilmente a quantidade de
zumbis na tela. Com uma quantidade absurda de mortos-vivos vindo em sua
direção, não há como não ficar tenso com o jogo. E por muitos não digo dez ou
quinze zumbis, e sim cem ou cento e cinquenta. O contador de mortes, já
tradicional da série, nunca se viu crescer de forma tão rápida, sendo que em
menos de uma hora de jogo você já terá eliminado mais de mil zumbis. É absurdo!
Acredite: você estará cercado desta forma o tempo todo! |
E que graça teria confrontar uma horda de zumbis sem armas
dignas para isso? A Capcom tratou de pensar nisso e disponibilizou centenas de
armas por todos os cantos de Los Perdidos. De cones a armas de fogo, passando
por bolinhas de golf e motores de carros, Nick possui um arsenal de dar inveja
a qualquer um. Basicamente qualquer objeto ou veículo encontrado durante a jornada
pode ser utilizado como arma, o que torna tudo mais divertido e faz com que o
jogador use sua criatividade para derrotar os inimigos de maneiras extremamente
engraçadas. Para completar, ainda é possível obter dezenas de projetos de novas
armas de maneira que é possível unir dois objetos e transformá-los em itens
letais. Para se ter uma ideia, com a combinação correta de objetos é possível
criar um sabre de luz, luvas de boxe motorizadas e até uma metralhadora de
brinquedos sexuais. Para completar a farra, Nick ainda pode se vestir com uma
infinidade de trajes que variam do hilário ao absurdo. Espere só até o momento
em que você estará vestido de cavaleiro medieval enquanto carrega um sabre de
luz e você entenderá o potencial cômico deste jogo.
Nada como adicionar um pouco de loucura ao pacote! |
Para completar a loucura, algumas missões opcionais implicam
em derrotar certos psicopatas soltos pela cidade. Com um estilo nonsense à lá
Quentin Tarantino, os vilões são completamente perturbados e possuem motivações
completamente insanas que o farão sorrir de desespero e se sentir perdido em um
mundo de loucos. Por sorte, qualquer ação desempenhada no título concede pontos
de experiência a Nick, que podem ser trocados por uma infinidade de upgrades
que realmente fazem diferença. De novas armas a melhoria de atributos físicos,
tudo contribui para que o jogador se sinta cada vez mais no comando da ação,
mesmo que mais de cem zumbis estejam vindo em sua direção.
Os chefes opcionais são muito bizarros |
Diversão em dose dupla!
Dead Rising 3 ainda permite que a campanha seja jogada
inteiramente em modo cooperativo via Xbox Live, o que torna o jogo ainda mais
engraçado e divertido. Pouca coisa muda quando a aventura é jogada em duas
pessoas, mas as situações se tornam muito mais engraçadas e é mais fácil bolar
estratégias para superar certos momentos mais complicados do jogo. Além disso,
é sempre muito mais divertido interagir com outro jogador do que com NPCs que
podem atrapalhar a jornada por sua nem tão perfeita inteligência artificial.
Com dois jogadores a bagunça fica ainda maior! |
Xbox 360, é você?
Infelizmente a grande quantidade de elementos na tela
atrapalha toda a performance do título. Com gráficos medianos, ocasionais
quedas de framerate e pop up de texturas, o título não apresenta nenhum salto
em relação aos jogos lançados para o Xbox 360, muito pelo contrário, já que
alguns jogos do fim da geração anterior são até mais bonitos que este. Exceto
pelas CGs, que são extremamente detalhadas e belas, o jogo está longe de ser
bonito de se ver, mas ainda assim mostra um pouco da evolução de processamento
do novo console, já que as hordas de zumbis são realmente impressionantes.
Infelizmente, os gráficos não são nada impressionantes... |
Boa estreia
Dead Rising 3 é um dos melhores jogos de lançamento do Xbox
One e dá um gostinho de como mais potência de hardware poderá melhorar a
experiência dos jogos. As grandes hordas de zumbis, provavelmente impossíveis
no Xbox 360, alteram completamente a dinâmica do título e fazem com que tudo se
torne mais desesperador e divertido. Infelizmente os gráficos não foram capazes
de acompanhar o pacote e o jogo não é um daqueles que dá gosto de mostrar a
todos para exibir as capacidades de seu novo console, mas, ainda assim, temos
uma experiência sólida que vai suprir por um tempo o hiato de lançamentos que o
Xbox One sofrerá nos próximos meses.
Prós
- Hordas de zumbis realmente impressionantes;
- História simples, mas envolvente;
- Grande variedade de armas e itens;
- Cooperativo muito divertido;
- Missões paralelas divertidas.
Contras
- Gráficos muito medianos;
- Problemas de performance;
- Campanha um pouco curta.
Dead Rising 3 - Xbox One - Nota: 8.0
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Leonardo Correia
Entenda que os gráficos do jogo são medianos justamente para não ficar lerdo demais.. São muitos elementos na tela de uma só vez, ainda mais que o ambiente do jogo é quase que completamente interativo.. Isso demanda muito do processador. Se o jogo tivesse gráficos exuberantes como Ryse, levaria praticamente uns 5 minutos pra dar 5 passos! É normal terem deixado as texturas mais leves, para priorizar o processamento do jogo no geral. Pra mim fizeram mais que certo!
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