Ah, os anos 1990! Considerada a década de ouro dos
videogames, naquela época éramos
surpreendidos com títulos de enorme qualidade sendo lançados a todo momento. A
guerra dos consoles também era um tema recorrente, com um embate épico entre o
Super Nintendo e o Mega Drive. Contudo, mais uma guerra acontecia: a dos jogos
de luta. Divididos entre Street Fighter e Mortal Kombat, os fanboys se
digladiavam para provar uns aos outros qual dos títulos era superior. E não é
para menos, esses dois os jogos imperavam quando o assunto era multiplayer.
Contudo, um novo jogo de luta, da até então desconhecida desenvolvedora
britânica Rareware, chegou e fez as pernas de todos os fanboys do mundo
tremerem. Como você deve ter sacado no título da matéria, estamos falando de
Killer Instinct!
Vinte anos depois, todos acreditavam que a franquia estava
morta, afinal, a Rare foi vendida para a Microsoft e nunca mais lançou títulos
de suas franquias mais famosas. Mas na E3 do deste ano fomos surpreendidos com
o anúncio do retorno da franquia no lançamento do Xbox One. Desenvolvido pela
Double Helix, o jogo é ao mesmo tempo um choque de nostalgia e um convite à
nova geração!
Combos, combos e mais combos!
Para quem não sabe, Killer Instinct sempre foi um dos jogos
de luta mais técnicos do mercado. Calcado na execução de combos de dezenas de
hits, o jogador deve possuir uma excelente coordenação motora e habilidade para
que os golpes sejam executados com sucesso e, simplesmente apertar os botões
desenfreadamente dificilmente garantirá a sua vitória. Para balancear um pouco
a pancadaria, havia um sistema de interrupção de combos, o famoso Combo Breaker,
em que o jogador pode interromper combos executando certos comandos no momento
certo. Parece complicado? É mesmo!
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Retornando aos tempos dos combos de mais de 20 hits! |
Sabendo da complexidade do título, a Double Helix tratou de
criar um excelente modo de treinamento que ensina os jogadores cada nuance dos
controles dos personagens. Em suas mais de 50 lições, o modo Dojo ensina os
jogadores a executarem desde comandos simples, como atacar e se defender, até
os mais belos e complexos combos que farão qualquer adversário perder boa parte
de sua energia (e auto-estima) caso seja vitima de um deles.
Free-to-play?
Com Killer Instinct, a Microsoft decidiu tomar um caminho
diferente de comercialização, tornando o jogo gratuito para os usuários do
console. Mas não pense que é tão simples assim! A versão gratuita do título
conta apenas com um personagem selecionável (Jago), sendo que os outros cinco
personagens disponíveis podem ser comprados separadamente. Para quem deseja um
pacote mais completo, há duas opções: a primeira delas, que custa 39 reais,
oferece os seis personagens selecionáveis, além de mais dois que serão lançados
em um futuro próximo e todos os modos de jogo (Dojo, Survival, Versus e
Online). O segundo, e mais caro (79 reais) oferece o mesmo conteúdo que o
primeiro, mais todas as roupas e acessórios dos personagens, além da versão
original do jogo, lançada para Arcade nos anos 90.
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É possível destravar os acessórios com pontos recebidos nas lutas |
A não ser que você faça muita questão do jogo de Arcade, a
versão mais cara não é muito recomendada, já que é possível destravar todas as
roupas e acessórios com pontos acumulados durante as partidas, o que torna tudo
ainda mais divertido e dá um senso de recompensa maior ao jogador, ainda mais
considerando que, curiosamente, o título não conta com um modo Arcade ou Story.
Bem vindo à nova geração!
Killer Instinct pode não ser o jogo mais lindo já visto em
todos os tempos, mas seus efeitos de luz e de partículas surpreendem pela
qualidade e estilo. Os cenários também são cheios de elementos muito bem
modelados e que dão um tom muito elegante ao título. Infelizmente, os personagens
são um pouco diferentes dos que conhecíamos há tempos atrás. Apesar de muito
detalhados e bem modelados, eles não são tão fiéis aos modelos que conhecíamos
no Super Nintendo e nos Arcades. Mesmo assim, os golpes estão retratados com
grande fidelidade e é maravilhoso ver a evolução de cada um deles em um console
poderoso como o Xbox One. Sobre a trilha sonora, não há o que reclamar. Com
batidas mais voltadas ao rock pesado, as composições transmitem o clima
violento que o título passa com suas lutas sanguinolentas.
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Os gráficos impressionam em muitos momentos! |
O retorno do clássico
Killer Instinct marca o retorno de uma das mais queridas
séries de lutas de todos os tempos e a única que fez Street Fighter e Mortal
Kombat tremerem na base. Com visual repaginado e uma jogabilidade excelente, o
título é uma excelente pedida para este início de vida do novo console da
Microsoft, ainda mais se considerarmos o seu preço, muito abaixo de outros
títulos já disponíveis para compra. O modo Arcade faz falta, mas se espera que ele
seja lançado em algum momento no futuro. Agora nos resta torcer para que mais
franquias da Rare retornem com força total ao mercado e a empresa deixe de se
limitar a criar coletâneas de minigames.
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Nostalgia e combos à flor da pele! |
Prós
- O retorno de uma das melhores franquias de luta de todos os tempos;
- Modo Dojo espetacular;
- Gráficos lindos;
- Trilha sonora empolgante;
- Toneladas de colecionáveis.
Contras
- Falta de um modo Arcade faz o jogo parecer incompleto;
- Poucos personagens;
- Mudança do estilo artístico dos personagens pode incomodar os fãs da franquia.
Killer Instinct – Xbox One – Nota 8.5
Revisão: Luigi Santana
Capa: Leonardo Correia
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