Antes de ler, esteja certo de que já viu as partes anteriores!
Parte 1: Um pesadelo acordado
Parte 2: Tomados pela escuridão
Parte 3: Resgate sem refém
Episódio 4: A Verdade (Parte 1/3)
Quem me dera... |
Ele dizia que teve de me sedar antes que eu tivesse outro surto, já que sou um paciente dele faz algum tempo, e o choque da morte de minha esposa engatilhou a minha esquizofrenia. Eu lembro disso, essa cena estava naquela página. Senti a tontura crescer, minha vista borrou e enfim despertei, sem ninguém no meu raio de visão. Levantei-me da cama e constatei que eu realmente estava em um quarto que parecia ser uma clínica. Fui até a porta e ela estava trancada. E aAssim ficou até Hartman adentrar, acompanhado por um segurança do tamanho de um gorila. Acho que meu soco anterior deixou ele receoso por falar comigo. Se ele soubesse como eu queria envolver seu pescoço com as minhas mãos…
O sujeito parecia amar a própria voz. |
O doutor me mostrou o resto do local e, a cada pessoa que eu observava, mais certo de que aquilo tudo era loucura eu ficava. As pessoas ali eram completamente insanas. Falando em insanidades, reencontrei os irmãos Anderson, os dois idosos que vi pela primeira vez na lanchonete de Rose. Descobri que Tor e Odin Anderson tinham uma banda de heavy metal na década de setenta e oitenta chamada “Old Gods of Asgard”, e baseada nessa banda que eles trocaram seus nomes para os dos deuses nórdicos. Quando a banda acabou, ficaram morando em uma fazenda ali perto. Fiquei curioso sobre os motivos que os levaram a loucura e a ficarem ali. Será que esse é o preço da fama? Enlouquecer?
"É preciso ser louco para entender a loucura." |
A página narrava um dia de escrita para Zane, onde ele parecia estar intimidado pelo que criava. Ele teria desistido se o seu assistente, Emil, não o apoiasse. Eu nunca soube que Zane possuía um assistente, mas isso confirmava que o que eu imaginara não era minha loucura: Thomas existia, e as páginas também. Se bem que isso não era prova suficiente para provar alguém da escuridão que me seguia. Saí do recinto e subi em direção ao meu quarto, as sombras tomavam prematuramente o recinto por causa de uma tempestade que cobria os céus. Surpresa foi a minha, ao chegar no andar de cima e ver uma TV ligando sozinha com a minha imagem nela.
Por que não conseguia escrever nada?! |
Desci e vi uma enfermeira nocauteada, com Tor e Odin comemorando. Vi o martelo no chão e lembrei da página que encontrei no dia anterior, aquela que não fazia sentido; e que agora fazia. Peguei uma chave no chão e corri procurando o escritório do doutor, mas ouvi um barulho vindo detrás de uma das portas. Abri e encontrei Barry preso, ao visto, vítima de uma armadilha de Hartman. Segundo meu amigo, ele foi liberado pela delegacia por falta de provas e veio ao meu encontro. Se ele viu o que eu vi, então eu não estou louco, não é?
A vontade de puxar o gatilho era imensa. |
Hartman estava claramente nervoso, ele parecia saber mais do que deveria, e parecia entender o poder daquelas páginas. Agora que me lembrei, o primeiro nome dele é Emil. Seria o mesmo Emil assistente de Thomas Zane? Isso só aumentou a minha vontade de atirar, mas senti um calafrio. A Presença Negra estava ali. Deixei o doutor de lado, correndo para fora da sala conforme um armário caía, deixando-o falando sozinho sobre como ele podia me ajudar a fazer grandes coisas. Fechei a porta com ele dentro e ouvi a escuridão avançando nele enquanto clamava por ajuda. Eu podia ter aberto e salvado sua vida, mas eu não o fiz. Eu sorri.
Exatamente como a página havia previsto. |
Episódio 4: A Verdade (Parte 2/3)
Abrir uma porta nunca foi tão emocionante. |
Adentrei o labirinto com um pouco mais de confiança por estar com um revólver e uma lanterna, mas ainda assim estava nervoso. Usei a velha técnica de seguir a parede da direita para encontrar meu caminho, mas a coisas começaram a ficar ainda mais perturbadoras quando a escuridão tentou me encurralar em diversas passagens. Convenhamos, quando até os portões podem ganhar vida e tentar parar seu caminho, um labirinto é o último lugar que você vai querer estar.
O pior eram aqueles pássaros ali em cima. |
Ao chegar do outro lado do labirinto, vi-me diante de Barry novamente, com outro portão entre nós. Olhei para trás e uma legião de Takens estava em meu encalce, então resolvi me focar neles enquanto o homem dava um jeito de abrir o portão. Gastei toda a munição que tinha, joguei sinalizadores que encontrei no caminho, torrei a bateria da lanterna. Eles se aproximavam, sentia sua respiração cada vez mais próxima, tremia. Eu não queria morrer ali, daquele jeito, por uma obra do acaso. Eu precisava sair, precisava salvar Alice. Ouvi um som metálico e o ranger do metal. Barry conseguiu.
Barry queria ir embora, mas estava preso comigo nessa. Tive dó dele... |
Minha teoria é de que o lago dá vida para a arte, mas a distorce para os seus próprios fins. Isso aconteceu com Thomas Zane e com os Anderson, e agora estava tentando usar meu manuscrito para dominar tudo. Tor e Odin pareciam saber como lidar com a situação, mas a loucura chegou num ponto muito alto neles, ainda mais com todos os remédios que Hartman enfiava goela abaixo neles. Eu precisava crer que havia uma resposta em sua fazenda, pois essa era minha única chance.
...e do carro também. Vimos a pedra tarde demais. |
Conforme caminhava pela trilha improvisada, fugia dos Takens por estar desarmado e dei a sorte de encontrar uma lanterna bem mais potente em um acampamento abandonado. Reunia as páginas conforme as encontrava, mas muitas não faziam o menor sentido. Foi pouco depois de encontrar uma delas que senti uma tontura, vi uma luz e, com ela, senti uma voz falando dentro da minha cabeça. Essa voz dizia que estava me entregando as páginas na melhor ordem possível, para que tudo se encaixasse. Tão logo ela foi embora e eu encontrei mais uma.
Ótimo, mais lugares fechados. |
Encontrei uma espingarda e me perguntei se a luz também estava me presenteando com esse armamento oportuno que sempre encontrava em meus percursos, assim como as pinturas fotoluminescentes. Falando nelas, acabaram por me guiar até uma cabana de madeira, onde dois amigos acabaram brigando com um desfecho violento quando um deles se tornou um Taken. Enquanto eu procurava o tal amigo, Danny, uma das televisões ligou e novamente me vi na tela. Na imagem, eu havia constatado que a Presença Negra estava me fazendo escrever apenas para se expandir e libertar, e isso não traria Alice de volta. Por este motivo, eu me coloquei como personagem da trama, como protagonista, pois assim eu estaria acompanhando as trevas de perto e poderia encontrar um modo de exterminá-las.
Encontrei Danny e ele estava dominado por uma camada forte de escuridão. Não havia outra escolha senão apagar as luzes dele. Ou acender, no caso. De qualquer maneira, após salvar a vida do outro, achei justo pegar o seu carro emprestado para conseguir chegar logo na fazenda. Eu precisava ser rápido, Barry poderia estar precisando de mim. Pensar que eu mesmo me coloquei naquela situação estava me atormentando.
Eu preciso parar o que eu comecei. |
Episódio 4: A Verdade (Parte 3/3)
Aquilo é um... palco?! |
Barry estava em cima do palco e vi alguns Takens andarem até ele, mas um raio que veio da tempestade que se formara acima de nossas cabeças caiu no gerador e ligou o palco, fazendo uma luz forte descer e incinerar os inimigos. Nisso, tivemos uma ideia: usar as luzes do palco para controlar a multidão e garantir a nossa sobrevivência. Barry aprovou a ideia, correndo para a mesa de controle enquanto eu ficava no centro do palco. Será que podia ficar melhor? Barry apertou o play da música.
Ao menos luz não faltava. |
Com a conclusão do nosso show, fomos até o celeiro dos Anderson. Lá dentro, outra surpresa; os velhos tinham um barco. Um maldito barco viking. Esses dois não paravam de me surpreender. Subi para o segundo andar, onde poderia ter uma visão melhor do barco suspenso, mas lá encontrei uma página. Peguei e li, apenas para descobrir como Odin ganhou o tapa-olho: ele arrancou o próprio globo ocular, crente de que era o verdadeiro Odin da mitologia nórdica. Eu acharia que os velhos eram totalmente insanos, se a página não dissesse que a única água potável que eles tinham acesso na fazenda vinha direto de Cauldron Lake. Isso basicamente confirma a minha teoria: o lago é a fonte.
Barry parece ter gostado de operar a pirotecnia. |
O local estava um breu, tive de procurar a caixa de fusíveis, mas não pude deixar de notar a bateria e as guitarras espalhadas pela casa. Subi as escadarias e encontrei a central de força em um dos quartos, de forma inusitada. Ao ativá-la, a luz preencheu a casa e uma melodia começou a ressoar. Uma música mais calma dos Anderson. Seria essa a mensagem que eles deixaram para mim? Junto a Barry, começamos a procurar a fonte da música, e a encontramos na sala de estar. Agora, prestamos atenção na letra.
“E agora para ver o seu amor livre, você vai precisar da chave da cabana da bruxa, encontre a mulher da luz que enlouqueceu com a noite, é assim que se reescreve o destino.”
Valhalla, a terra dos deuses. A criatividade deles me assustava. |
Fui transportado para o dia em que Alice desapareceu, como um fantasma. Eu assistia a minha figura correndo até a minha amada, sabendo como essa história terminava. Vi-me pulando na água, e depois disso eu não sabia o que acontecia. Fiquei aguardando e então minha silhueta saiu da água, chorando, desesperado por não vê-la. Foi aí que Barbara Jagger - ou ao menos sua aparência - mostrou-se novamente, mandando-me olhar para a janela da cabana. Ela deu a entender que Alice estava lá dentro, então corri para vê-la.
Nunca mais bebo antes de dormir. |
Zane lutou por mim. Eu devia a ele sua liberdade. |
Isso soou como uma confissão para o agente Nightingale, que me acordou ao engatilhar a sua arma, apontada para mim.
Isso conclui mais essa etapa do Blast Log de Alan Wake (X360). A verdade acabou por ser mais uma prisão do que uma libertação, mas ao menos ela iluminou o caminho que Alan precisa seguir para trazer de volta sua amada Alice e exterminar a Presença Negra. Mas de onde veio essa escuridão? Por que Thomas Zane foi o paciente zero dela? Parece que ainda existem segredos sem explicação nessa história, e teremos de descobrir juntos na próxima semana…
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Wellington Aciole
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