Retrospectiva da Remedy
A obra literária começa com um prefácio de Sam Lake, o diretor criativo discorre sobre a alegria e o desafio de criar um nova IP para Remedy. Um novo gênero de jogo, a ficção científica; gameplay inédito com escolhas e consequências; novos personagens e elenco que não focam na jornada de um único herói, mas se abre também para a visão do vilão da história; uma engine original que une a tecnologia do game design com as técnicas cinematográficas; e todo o sucesso e novos horizontes que o AAA trouxe para a produtora.Os autores voltam às origens da Remedy e contam como a produtora começou com um grupo de amigos que sonhava em criar jogos à nível profissional. O primeiro jogo da equipe de desenvolvedores foi o game de corrida em perspectiva top-down Death Rally (PC), lançado em 1995. Automóveis altamente armados e usando armaduras era o mote central de Death Rally, uma corrida de combate entre os oponentes onde o objetivo era destruir o inimigo.
Produzido com um orçamento extremamente baixo, dependendo do dinheiro da própria equipe e realizado nos computadores pessoais dos amigos, Death Rally foi um sucesso de público e crítica, abrindo caminho para a profissionalização dos game designers independentes. Quando o jogo noir de tiro em terceira pessoa Max Payne (Multi) foi lançado em 2001, a Remedy começava a se estabelecer como produtora do ramo de jogos eletrônicos.
Com a recepção calorosa da Max Payne e sua inovadora mecânica de bullet time, a Remedy imediatamente alcançou o status de uma promissora desenvolvedora de games. O sucesso rendeu a bem-recebida sequência Max Payne 2: The Fall of Max Payne (Multi) e a mudança de ares da empresa, que resolveu apostar no terror psicológico. Surgia então o icônico Alan Wake (X360/PC) e o spin-off Alan Wake's American Nightmare (X360/PC).
A evolução até Quantum Break
Durante as mais de 200 páginas, os autores discorrem sobre o início da concepção de Quantum Break e as principais etapas de produção e pós-produção do jogo. O livro conta as ideias iniciais para o jogo, as mudanças ao longo do caminho, a parceria com a Microsoft Studios e a pressão sobre a Remedy para produzir uma sequência para Alan Wake ao invés de criar um novo título original.Quantum Break: The Secret History of Time Travel mostra como a produtora esteve ligada à história do escritor de terror por um longo tempo na tentativa de elaborar uma continuação. Contudo a própria busca por uma nova história de Alan Wake deu origem aos conceitos e tramas centrais do que viria a ser Quantum Break.
A obra literária também traz várias artes conceituais do início do projeto, personagens da versão final que teriam diferentes funções dentro do jogo, bem como os caminhos que os dramas do enredo tomariam inicialmente. O livro se destaca pela narração em primeira pessoa muito bem-humorada dos autores, que fazem piadas de algumas ideias do início do projeto que seriam inconcebíveis na versão final de Quantum Break.
Híbrido de texto com artbook
Quantum Break: The Secret History of Time Travel não é um livro feito apenas de textos. A obra possui muito conteúdo visual inédito do jogo, como artes conceituais, design de personagens, cenários e até o processo de captura de movimentos e a criação dos dublês digitais do elenco do jogo e a série com elenco real de Quantum Break.O livro traz um capítulo inteiro dedicado a produção audiovisual em live action, acompanhado de fotos dos bastidores e a explanação do processo de filmagem, atuação do elenco e cenas de ação de forma cinematográfica para um conteúdo de videogame. A série tem destaque especial no conteúdo do livro e exibe o trabalho inovador da Remedy em fazer um híbrido entre cinema e jogos eletrônicos.
Além da mecânica e a nova arte para Quantum Break, a obra literária expõe o material não utilizado na versão final do jogo, bem como fala sobre a nova abordagem da Remedy em, pela primeira vez, fazer um jogo de narrativa ramificada. O livro também traz um perfil completo dos principais personagens de Quantum Break como Jack Joyce, Paul Serene, Beth Wilder, Dr. William Joyce e Martin Hatch.
Há duas versões de Quantum Break: The Secret History of Time Travel, a primeira é o livro avulso com as dimensões de um artbook padrão e a segunda é uma versão pocket que acompanha a edição de colecionador Quantum Break: Timeless Collector's Edition. A principal diferença entre as obras é que na versão pocket o livro não possui o detonado do jogo. Entretanto para os fãs de Quantum Break o livro é um presente em todos os seus formatos.
Título: Quantum Break: The Secret History of Time Travel
Autor: Sam Lake e Mikko Rautalahti
Gênero: Tecnologia (Game Design)
Páginas: 240 páginas
Idioma: Inglês
Editora: Prima Games
Ano: 2016
ISBN: 978-0744017182
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