Blast Log

Alan Wake (X360) - Parte 7: Um sinal da imaginação

Quando Alan acreditava ter terminado sua história, eis que um novo capítulo se abre, um labirinto sombrio onde a imaginação é sua sombra e sua luz.

Alan conseguiu o que ninguém acreditaria. Após mergulhar de cabeça na escuridão e emergir com luz, foi possível concluir o seu último livro, Departure, ao dar um final feliz para todos aqueles que amava - ou ao menos a grande maioria. O preço disso foi ficar selado em Dark Place, as profundezas das sombras que vão muito além de um mero lago. Conseguindo mensurar o tamanho daquele oceano de trevas, será que Wake irá sucumbir? Isso vocês conferem na penúltima etapa dessa história, com o DLC de Alan Wake (X360) em mais esta etapa do nosso Blast Log!
Antes de ler, esteja certo de que já viu as partes anteriores!

Parte 1: Um pesadelo acordado
Parte 2: Tomados pela escuridão
Parte 3: Resgate sem refém
Parte 4: A luz da verdade
Parte 5: Um click para a salvação
Parte 6: A despedida de um escritor

Episódio 7: O Sinal (Parte 1/3)

Por que esse lugar me é tão familiar..?
Quando uma pessoa conclui seu objetivo, sentimentos mistos tomam sua mente. Alívio, satisfação, tristeza, depressão. Por algum tempo, tudo era sobre o trabalho, consumindo como uma doença que te corrói e muda. Isso faz com que você se isole do mundo para conseguir terminar, e agora vem a reabilitação, um período para lembrar como viver, como quebrar a porta e deixar a luz entrar de novo. Eu precisava lembrar como ser eu, mas parecia que eu havia esquecido até mesmo o conceito de “lembrar”.

Eu estava em uma rua que me parecia familiar e, paradoxalmente, estranha. Estava diante de uma lanchonete, avancei e entrei, ficando diante de alguns rostos que me passavam a mesma sensação de outrora, um deslocado em casa. A atendente, Rose, estava me paparicando, mas um estranho ruído tomou sua voz quando ela tentou falar o nome do recinto e o meu nome também. Agora que percebi, eu não me recordo como me chamo. Minha cabeça dói, mas algo me diz que tinha algo me aguardando nos fundos da lanchonete, naquele corredor com a luz oscilante.

Tudo tem um estranho
tom antigo.
Um estranho tom de sépia parecia ter tomado tudo à minha volta, como se eu estivesse andando em uma fotografia antiga, ou um cenário de filme dos anos sessenta. Contudo, conforme avançava no corredor, o escuro parecia predominar, me transferindo para um filme de terror psicológico da década de noventa. No final dele, as portas para os banheiros, e é claro que meu senso comum me guiou ao masculino. Eu toquei a porta, trancada, e me perguntei se deveria esperar. Não havia resposta do outro lado, então eu forcei o meu caminho adentro com um jogo de corpo.

Do outro lado, o banheiro parecia ter sido abandonado há muito tempo. Andei alguns passos e o espelho embaçado e sujo subitamente se tornou uma tela, exibindo uma estática e emitindo uma voz familiar. Essa voz dizia para eu não afundar mais, que estava tentando me alcançar mas o ponto de contato era péssimo. Fiquei perplexo, e então uma imagem assustadora surgiu: eu. Era minha face, desesperada, e subitamente calma. “E então, Wake ficou face a face com ele mesmo”. Um sorriso malévolo. Meu sorriso.

Como pude esquecer quem
era ou onde estava?
Foi então que tudo fez sentido. Eu sou Alan Wake, um escritor que acabou de terminar seu último livro, Departure, e eu venci a escuridão. Em contrapartida, fiquei preso nos domínios das trevas, um lugar conhecido como Dark Place, o “Lugar Sombrio”, e cá estava. Aquela voz era de Thomas Zane, a única presença de luz naquele meio. Do espelho, surgiram uma lanterna e um revólver, presentes de Zane para que eu enfrentasse a escuridão que me cercava e pudesse ir a um ponto onde poderíamos ter mais contato, onde ele poderia me ajudar.

Tudo ainda estava confuso, mas ao menos eu sabia que precisava sair dali. Voltei para o corredor e corri para a entrada da lanchonete, mas uma tontura me acometeu e tive de me apoiar na parede. Quando cheguei mais adiante, vi que a tontura não era algo natural, e sim Dark Place se moldando para uma aparência mais hostil. Diversas televisões surgiram e eu me vi narrando o que parecia ser o trecho de um dos meus manuscritos. Nele, eu me cercava de inimigos que queriam me matar em uma lanchonete. Isso não podia ser um bom sinal.

Tentei correr para fora dali, mas Takens surgiram de todos os lados e novamente eu me via nas situações que me perseguiam no mundo real. Bem, eu estava na casa daqueles tomados pela escuridão, era provável que eu teria de enfrentar uma quantidade ainda mais massiva deles. Felizmente a lanterna e a arma que recebi de Zane vieram a calhar, e eu estava bem afiado com os acontecimentos das últimas semanas. Consegui encerrar o embate e fui até a porta. Eu tinha de sair dali, e tinha de encontrar Zane.
Claro, estava demorando pra ação começar.

Episódio 7: O Sinal (Parte 2/3)

Tudo estava fora do lugar.
Do lado de fora, me vi diante de uma floresta. Olhei para trás e a porta havia sumido. Dark Place é um lugar hostil, cruel, a própria existência é minha inimiga mortal. A realidade se distorcia e colocava mais e mais oponentes em meu caminho. Achei que estivesse perdido, mas vi uma luz ao longe que parecia me chamar. Seria este um sinal de Zane, me mostrando por onde eu deveria seguir para chegar até ele? Era minha única chance, então não hesitei em correr em sua direção.

Cheguei até uma casa abandonada que me era familiar, e lá achei uma página no chão. Quando a toquei, diversas de suas palavras, embaralhadas, saltaram para a realidade da mesma forma que as vi no meu primeiro mergulho ao Dark Place. Ao colocar a luz da lanterna contra a palavra “telefone”, esta desmaterializou-se e deu lugar para um celular que foi ao chão. O tomei e este tocou, era Zane. Estava cada vez mais difícil de conseguir contato com ele, mas afirmou que deixaria um sinal para que eu o seguisse, e que eu devia me guiar pelas palavras. Como um escritor, achava isso irônico.

Por que aqueles vídeos
estavam tão maníacos?
Saí e estava de volta nas ruas de Bright Falls, mas obviamente permanecia em Dark Place. Avancei até diante da lanchonete e todos os carros subitamente começaram a levitar, circundados pela névoa assassina e característica que eu já havia decorado. Corri para evitar os impactos diretos e tentei me abrigar dentre as colunas para ficar fora do alcance dos veículos enquanto usava a luz para expurgar as trevas, assim podendo seguir em frente.

Após enfrentar uma série de Takens - alguns com faces conhecidas, como a de Carl Stucky - eu recebi outra ligação de Zane, dizendo que eu estava afundando ainda mais. Isso não fazia sentido, eu estava seguindo o sinal dele, como poderia estar indo para o caminho oposto? Bem, se Dark Place conseguia se moldar, poderia estar falsificando o caminho? Era uma possibilidade. Bem, tudo que eu podia fazer era continuar crendo que seguia a direção certa e enfrentar o que surgisse com a minha lanterna.

Eu temia que chegasse um
ponto que eu não poderia
mais atravessar a cidade.
O cenário, contudo, mudava de maneira cada vez mais violenta. As ruas davam lugar para passarelas destruídas sobre abismos, postes retorcidos e ambientes em ruínas. Além disso, mais palavras foram surgindo no caminho, me dando acesso a equipamentos de sobrevivência como as granadas de luz e sinalizadores. Tudo isso seria de extrema utilidade, pois eu podia ver ao longe os Takens que tentavam se esconder na escuridão de suas casas para avançar na melhor oportunidade, como animais traiçoeiros, caçadores natos na selva de pedra em Dark Place.

Novos televisores surgiam a todo momento, mostrando minha face distorcida bradando descrições que não podiam ser descritas de outra forma se não como profecias da minha ruína. Eu não entendia o que aquilo representava, se era outra peça pregada pelo ambiente malévolo no qual me encontrava ou se realmente eu estava enlouquecendo - como achei que havia acontecido quando me vi na cabana escrevendo Departure. Infelizmente, não tinha muito tempo para filosofar. Avancei, adentrando uma igreja e saindo pelos fundos, ficando diante de um cenário inesperado.

"Blast."
Bom nome.
Entendam, as palavras tem força aqui. Como disse antes, palavras surgiam e, quando iluminadas, elas me cediam ajuda. Ao iluminar “ferramentas”, equipamentos de sobrevivência apareciam. Quando iluminei “memórias”, cenas do meu passado pareceram se reproduzir como hologramas. Contudo, agora eu encontrei “explosão”. Quando coloquei a luz da lanterna focada ali, foi como se tivesse acendido o pavio de uma dinamite, causando uma explosão intensa - e que acionou as palavras em seus arredores numa reação em cadeia. Por um momento achei que fosse uma armadilha, mas vi que isso tinha suas utilidades quando eu engatilhava as explosões perto de grupos de Takens.

Após sair daquele campo minado, encontrei uma solitária página no chão. Ao tocá-la, palavras surgiram ao meu redor, formando diversos objetos, como uma imagem minha, ou ações, como um grito de desespero. Uma das palavras, contudo, me chamou a atenção. “Amigo”. Hesitei e ergui a arma junto da lanterna antes de focar a luz, pois eu só podia esperar o pior daquele território perigoso e traiçoeiro. Foi por esse motivo que abaixei a arma atônito quando as letras se dissolveram e deram lugar para a imagem de Barry Wheeler, meu melhor amigo e agente.

Era bom ver uma
face amiga.
Eu sabia que aquele Barry não era real, e ele também. Nas palavras dele, era composto de um fragmento da minha imaginação, assim como tudo ao meu redor, talvez até eu mesmo. Isso não fazia sentido, mas alguma coisa que aconteceu desde que despertei fazia? Aquele Barry Imaginário tinha uma personalidade irritante, assim como o verdadeiro. Para ser honesto, eu admito que me senti em casa, apesar do meu estado de espírito não estar preparado para piadas como as que ele fazia.

O Barry Imaginário começou a agir como um fantasma no meu ombro, surgindo e me acompanhando enquanto eu tentava seguir o caminho indicado por Zane. Ele concordava que era a melhor ideia, já que Thomas está aqui há tanto tempo que deve ter se tornado um com o lugar. O sinal apontava para uma estrutura à distância, local este que Barry afirmou ser um moinho, mesmo sendo impossível ver dali. Questionei como ele podia saber disso, e ele respondeu que não sabia nada que eu não sabia, ou que o local se tornou o moinho porque ele disse isso, e agora eu não iria conseguir tirar isso da cabeça. Eu não devia ter perguntado, agora minha cabeça doía ainda mais.
"Whoo! Ei, Al? Me parece que a caneta é mais forte que a--"
Se você completar essa frase, está demitido.

Episódio 7: O Sinal (Parte 3/3)

"...Mais forte que a espada."
Está demitido.
O ser humano conquistou seu posto no topo da cadeia alimentar pela sua habilidade ímpar de adaptação em território hostil. Mesmo que a natureza queira colocá-lo para fora, o homem é capaz de sobreviver, seja numa floresta, numa caverna, no calor ou no gelo. Contudo, nenhum ambiente era tão violento, perigoso e hostil como Dark Place. Thomas Zane sobreviver aqui por tanto tempo não o torna um herói, o torna sobre-humano. É, eu já não sei dizer se Zane ainda é humano, pois me parece mais uma figura antitética ao território, uma gota de luz no oceano de trevas, a esfera de Yang que comprova o Yin. Um anjo no inferno.

Até agora fui atacado pelas minhas obras de forma figurativa, mas chegou ao ponto em que isso se tornou literal. Ao invés dos famigerados corvos que me perseguiam, meus livros surgiam voando e avançavam em mim, forçando suas capas contra o meu corpo e me atacando numa poética maneira de mostrar que, mais do que nunca, minha criação era minha criatura, e que estava tentando me consumir. Felizmente, o método de combate ainda é o mesmo, e a luz queimaria cada um deles, página por página. Eu nunca vi um livro meu e tive vontade de queimá-lo, até hoje.

...Certo, isso estava ficando
absurdo.
O caminho que se seguiu me levou ao que parecia ser um campo de guerra, com diversos postes estacados no chão como árvores. Alguns possuíam luz, outros emitiam eletricidade, todos abrigavam o perigo em suas sombras. Barry me alertou que existiam palavras perigosas naquela área e que eu deveria ter cuidado para não despertar o que não queria encontrar. De fato, após inspecionar um pouco, pude perceber a presença de palavras como “inimigos”, e decerto não queria vê-los. Já haviam Takens demais ao meu redor para invocar ainda mais.

Acredito nunca ter passado tanta pressão diante das crias da escuridão como agora. Não uma nem duas vezes eu senti as facas e machados passando tão perto do meu corpo, abrindo cortes em minha roupa. Antes na roupa do que no corpo. Saí daquela zona mortal e fiquei diante de um armazém, trancado por uma trava elétrica. Quando direcionei a luz para a palavra “rodas”, um carro surgiu e pude usá-lo para ir até a central de energia daquela área, mas não esperava que isso também invocaria uma série de caminhões-monstro me perseguindo.

Pegarei fobia de dirigir
depois disso.
Após sacrificar o carro como escudo, consegui abrir caminho e passar para o outro lado do armazém. A sensação de dejá vù era intensa, eu tinha certeza que já tinha estado ali, mesmo ciente de que era obra da minha imaginação distorcida pelo Dark Place. Uma região portuária que formava um labirinto dentre as caixas e containers tinham o agravante da névoa marítima dando um ar macabro, e o som de uma serra elétrica me deixava com os nervos à flor da pele. Talvez fosse assim que Teseu se sentiu ao desafiar o labirinto do minotauro.

Do outro lado do território, a palavra “memória” engatilhou lembranças de Alice, assim como sua voz. Por um minuto, senti meu mundo tremer. Eu consegui salvar minha esposa no final de Departure, mas claramente algo deu errado. Será que ela está bem? Faz quanto tempo que ela se libertou? Dias? Semanas? Meses? O tempo parecia correr de maneira diferente naquela terra. A relatividade era minha inimiga, e a falta de um calendário era outra.

Era bom ver Alice, mesmo
que fosse apenas uma
memória.
Enfim cheguei no moinho, por onde tive de buscar uma entrada por cima. Caí na parte de dentro, diante de outra das minhas memórias. Eu vi Alice tirando fotos minhas, para o cartaz e material publicitário do livro The Sudden Stop, onde concluí a saga de Alex Casey e o último livro que escrevi antes do meu bloqueio. Tão logo as imagens desapareceram e eu segui rumo à base, descendo as escadarias. Eu sentia um embrulho no estômago a cada degrau, como se estivesse temeroso do que iria encontrar. De fato, foi uma surpresa quando abri a última porta e estava… em casa.

Claro, não era a minha casa de verdade, e sim uma materialização dela em Dark Place, fruto da minha imaginação. Eu não encontrava esse local desde que vim atrás da Presença Negra. Assim como da última vez, encontrei Zane, me recebendo com sua luz. Ele apontou para a televisão e um novo vídeo de mim, distorcido, insano, e disse que era contra isso que eu estava lutando: eu mesmo. Segundo Thomas, eu estava preso em meus próprios pesadelos, e precisava vencê-los se quisesse emergir da minha loucura. Eu não queria acreditar nisso, e esse mero pensamento deu força para a escuridão expulsar Zane dali. Eu estava novamente sozinho, e a escuridão se aproveitou disso, erguendo do chão os móveis e eletrodomésticos da casa, transformando meu próprio ninho em uma armadilha mortal.

Quando dizem que "a culpa
é da televisão", não creio
que tenham pensado nisso.
Com a luz, consegui empurrar a escuridão para trás, que recuou possuindo a tela enorme. Um buraco se abriu na parede e me vi caindo no que parecia ser uma doca, um armazém portuário nos fundos da minha casa - mesmo eu morando em um apartamento. Lá, a escuridão estava ainda mais forte, e eu podia ver ao meu redor artefatos que pareciam ter sido recolhidos de todas minhas aventuras. Uma faixa dos Old Gods of Asgard, um carro alegórico da Deerfest, entre outras lembranças sólidas como o inimigo diante de mim. Tive de empregar todo meu arsenal para conseguir explodir os televisores e abrir caminho na névoa negra, mas a TV apenas recuou, indo para o lado de fora, para perto do oceano.

Do lado de fora, a escuridão colocou toda sua força num ataque final, jogando um barco contra mim e invocando meus livros para me atacar. Felizmente eu ainda tinha bateria o suficiente para focar toda a luz possível naquela ameaça, extinguindo ambos inimigos do mar e dos céus. A televisão me exibia em pânico, sofrendo, antes da tela se partir e ir ao chão. Ainda quebrada, meu grito ecoou e pareceu atravessar meus tímpanos e perfurar meu cérebro, me jogando no chão inerte. Eu não conseguia reagir, era uma dor que eu não conseguia conceber. Eu achei que fosse ficar surdo.

Não, esse sorriso maníaco
de novo não...
Então, tudo se calou. Eu abri os olhos e vi o doutor Hartman me fitando. Imediatamente me joguei para o lado, querendo sair da cama, apenas para ouvir ele dizendo que eu estive criando tudo aquilo, que era minha mente. Olhei pela janela e eu estava no hospício dele. Não. Eu realmente era um refém da minha própria imaginação? Por que essa tortura não acabava?!

Era o que eu pensava enquanto meu corpo estava jogado no chão da cabana de Cauldron Lake, cercado de páginas, catatônico. Preso. Sepultado por meus próprios pensamentos, selado por minha própria imaginação. O pior pesadelo de um escritor de terror.
Isso conclui o primeiro DLC de Alan Wake, expandindo um pouco mais a trama do jogo. Peço perdão pelo atraso para subir essa parte, aconteceram alguns imprevistos. Infelizmente, o caminho de Alan está chegando ao fim e a próxima parte será a última parada dessa aventura. Será que Wake enfim encontrará a fórmula da sobrevivência de Zane, ou sofrerá o mesmo destino daqueles que foram tomados pela escuridão? Descubram comigo neste domingo, na última etapa do nosso Blast Log!
Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Wellington Aciole

é graduando em Ciências Contábeis e amante de uma boa discussão sobre videogames. Além de escrever para o Xbox Blast, também é redator nas revistas Nintendo World e EGW. Para elogios e críticas, pode encontrá-lo no Facebook ou Twitter.

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