Tal pai, tal filho? Nem sempre…
Geralmente não vemos com bons olhos quando uma franquia de jogos consagrada tem novos títulos produzidos por third-parties, porém é ainda mais preocupante quando a própria desenvolvedora do jogo original resolve entregar um novo game completamente sem sentido e que descaracteriza a própria série de jogos.Não parece, mas aí está o Bomberman… |
No jogo original, o herói Bomberman — também conhecido como White Bomber — é um simpático bombermen, robôs que se transformaram em humanos quando atingem a superfície e têm a habilidades de gerar bombas em suas mãos, que precisa salvar seu planeta natal, Planet Bomber, da destruição. Bomberman também faz parte de uma polícia intergaláctica que protege a galáxia de Bomber Nebula. Esse enredo foi completamente abandonado em Bomberman: Act Zero, onde os bombermen são humanos lutando entre si no próprio planeta Terra numa versão apocalíptica.
Hã? |
Descaracterização da obra original
Além de focar numa batalha entre ciborgues em labirintos, que por si só é uma ideia ruim, Bomberman: Act Zero possui 99 fases sem opção de salvamento ou pausa para continuação, então, se o jogador morrer, deve reiniciar o gameplay desde a primeira fase! Esse tipo de mecânica torna quase impossível a conclusão do jogo, além de obrigar o jogador a maratonar o game sem intervalos, uma ideia absurda e prejudicial à saúde.Obviamente, o arcade de labirintos de 1983 tinha opção de salvamento — assim como qualquer jogo com bom senso — e era composto por 50 fases, onde o jogador deveria evitar inimigos em um labirinto e explodir paredes e rochas para encontrar itens que o fizessem encontrar a saída, e então chegar a superfície do planeta para se tornar humano.
Acho que isso irá demorar… |
O jogo de estratégia em labirintos quis integrar a então nova tendência de jogos de ação, transformando um clássico espacial em uma história futurística e distópica, na qual o mundo é dominado por ciborgues e destruição. Um dos fatores que mais chama atenção — negativamente, é claro — é o fato da arte de Bomberman: Act Zero fugir completamente do visual colorido e cartunizado do original, criando uma atmosfera mais séria. Se era pretendido ser realista, não deu certo.
Vai uma calça, aí? |
Nota zero para Bomberman: Act Zero
Não é preciso dizer que Bomberman: Act Zero foi um fracasso e um grande fiasco para a ala de exclusivos da Microsoft. O jogo repetitivo e completamente sem noção de adaptação é tedioso e sem sentido. Contudo, seu lançamento não passou em branco para a indústria de jogos eletrônicos e Bomberman: Act Zero conquistou alguns prêmios, como entrar para a lista dos 30 Piores Games de Todos os Tempos do conceituado jornal britânico The Guardian, e ganhar o primeiro lugar do Top 10 de Piores Sequências do site estadunidense GameTrailers. Acho que ninguém quer levar esses troféus para casa, não é?
Revisão: Luigi Santana
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