Entrando na briga
O mercado de videogames caseiros cresceu muito desde o Magnavox Odissey (o primeiro console comercial). Atualmente, a indústria de jogos eletrônicos supera outras mais tradicionais, como a cinematográfica. Mas nem sempre as coisas foram assim.Até o fim da segunda metade dos anos 1990, os videogames eram produtos de nicho, muitas vezes encarados como coisa de criança. Apesar dos avanços e do crescimento dessa indústria, nada se comparava à revolução criada pela japonesa Sony e seu PlayStation. O sucesso do PlayStation não apenas esmagou as tradicionais Nintendo e Sega, como também amadureceu a então pequena indústria.
Nesse mesmo período, paralelo a essa evolução, estavam os computadores pessoais. Vistos como alternativas secundárias, eles eram cada vez mais ameaçados como plataformas de jogos.
Por mais que produtos desenvolvidos pela Microsoft na área de jogos eletrônicos fossem bem sucedidos, nada poderia se comparar ao sucesso dos consoles caseiros, que sempre foram a preferência dos consumidores. A Microsoft precisava correr atrás do prejuízo para manter seus sistemas operacionais como alternativas competitivas.
A partir de então, o PC se tornou uma grande plataforma de jogos. Com a adoção em massa da API da Microsoft, era questão de tempo para que o mercado dominado por uma empresa japonesa fosse conquistado por uma empresa americana. Mas isso não aconteceu.
Por mais que a solução da Microsoft fosse viável e prática para os desenvolvedores, os consumidores não abraçaram a causa. Pouca gente trocou o PlayStation pelo PC e, no fim das contas, a Microsoft perdeu essa batalha. A única solução seria desenvolver um console próprio e se unir a uma guerra que era impossível de vencer de outra forma.
Antes de definir a sua arma na disputa, a Microsoft tentou uma solução mais prática: inserir o seu sistema em um hardware de terceiros. O resultado disso foram diversas falhas, como a fracassada parceira com a Sega, citada no último Xbox Chronicle. A parte boa é que tudo isso serviu de base para que um grupo de engenheiros da empresa desenvolvesse um protótipo de console, que foi bem recebido e serviu de base para a estreia da empresa nesse mercado.
O DirectX em uma caixa
O nome "Xbox" veio de DirectX Box, uma clara referência à API multimídia do Windows. Apesar da ótima sonoridade, o nome Xbox foi diversas vezes negado pela Microsoft e só foi aceito quando a empresa recebeu feedback positivo dos consumidores.
Ouvindo o que os jogadores têm a dizer
Pela falta de conhecimento ou pela vontade de agradar, a verdade é que a Microsoft buscou informações dos consumidores no processo de criação do console. A ideia era criar uma máquina poderosa e imbatível, ao gosto dos jogadores norte-americanos.
A equipe que produzia o console só tinha um desejo: criar uma máquina imbatível no que se refere às especificações técnicas. Por questões mercadológicas, o console acabou ficando em um meio termo, mantendo-se superior a tudo que existia, mas não tão poderoso para que o preço fosse agradável.
O sucessor do Dreamcast?
E você sabia que, por pouco, o Xbox quase não se tornou o sucessor espiritual do Dreamcast?
Quando o Dreamcast foi descontinuado, a Sega percebeu no console da Microsoft a chance de se redimir com os jogadores. Apesar da parceria entre as duas não ter resultado em algo grandioso, as relações entre as duas empresas se mantiveram em um bom estado.
No fim, nada disso deu certo. Mas é interessante notar que várias franquias exclusivas do Dreamcast se mantiveram vivas (pelo menos durante algum tempo) no Xbox, ainda com a exclusividade.
Apesar de todo o investimento e pesquisa por parte da Microsoft, o que define o sucesso de um console são os seus jogos. E, nesse ponto, o Xbox foi um verdadeiro destaque. Mas isso fica para o próximo Chronicle, onde veremos como a Microsoft conseguiu criar uma linha de jogos impressionante e colocou, sob as suas asas, algumas das melhores desenvolvedoras da época. Até a próxima!
Não deixe de conferir as demais partes desta história:
Xbox Chronicle #1: O controverso nascimento de uma gigante
Xbox Chronicle #2: A Microsoft investe no setor de videogames
Xbox Chronicle #3: Construindo o console dos sonhos
Xbox Chronicle #4: Os jogos demonstram o verdadeiro poder do Xbox
Xbox Chronicle #5: Conectando os jogadores com o Xbox Live
Xbox Chronicle #6: O Xbox chega à nova geração
Revisão: Mateus Pampolha
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