Blast Log

Alan Wake (X360) - Parte 5: Um click para a salvação

Quando a escuridão se levanta e tenta controlar tudo, resta para Alan Wake encontrar o único artefato que pode salvar não somente sua vida, mas o mundo.

Enfim a verdade foi revelada sobre a semana perdida de Alan Wake e agora o escritor teve de lidar com a realidade chocante de ter sido responsável pelo renascer de um mal antigo que habitava as profundezas de Cauldron Lake. Agora, Wake precisa dar um jeito de encontrar a única pessoa que pode ter pistas de como se salvar dessa situação desesperadora, mas antes terá de encontrar uma forma de fugir das garras de um agente do FBI que não parece acreditar nas histórias do escritor. Vamos começar com mais um Blast Log de Alan Wake (X360) e ver pelos olhos do protagonista como é sentir o verdadeiro desespero.
Antes de ler, esteja certo de que já viu as partes anteriores!

Parte 1: Um pesadelo acordado
Parte 2: Tomados pela escuridão

Parte 3: Resgate sem refém

Parte 4: A luz da verdade

Episódio 5: O Clicker (Parte 1/3)

Presos no sentido figurado e real agora.
A Deerfest vai acontecer amanhã, segundo o anúncio de Maine na rádio local. Porém, tudo que eu conseguia pensar enquanto permanecia deitado em minha cela na delegacia era como eu iria sair dali. Fechei os olhos ao sentir uma tontura e ouvi uma voz, a de Cynthia Weaver, a mulher da lamparina. Ela dizia que Thomas Zane a incumbiu de proteger uma chave, a mantendo sempre na luz. A ilusão logo acabou e a dor de cabeça ficou. Já dei sorte de não ter sido morto por Nightingale na fazenda dos Anderson, não podia contar com o acaso mais uma vez. Precisava pensar numa maneira de sair dali.

Nightingale entrou em seguida, acompanhado de uma furiosa xerife Breaker. Ela estava incomodada com os métodos do agente do FBI, mas este estava irrefutável em sua decisão de me prender, ainda mais depois de ler o manuscrito que confiscou de mim. Agora que lembrei, uma página que encontrei na minha busca pelo suposto sequestrador de Alice dizia que Nightingale iria me prender sob acusação de conspirar com o assassinato de um agente federal. Droga, então era essa a situação que ele previu. Minha cabeça começou a doer de novo, as luzes começaram a piscar. Aquilo era um mal sinal.

Nightingale não parecia
interessado na história.
Após uma visão de Alice afundando no lago, minhas pernas cederam e fui ao chão. Sarah Breaker entrou na cela e tentou me ajudar a levantar, mas o agente pareceu se irritar. A xerife acreditava em mim e queria me ajudar a sair dali, mas Nightingale ergueu a arma e ameaçou, dizendo que só sairíamos sobre seu cadáver. Contudo, ele se interrompeu com uma feição de choque, puxando uma página do bolso. Ele estava prestes a ler quando a sombra surgiu do nada, o agarrou e o puxou para fora da sala, fechando a porta em seguida.

Sarah acreditou em mim mais do que nunca, pedindo para que Barry e eu a seguíssemos até seu escritório, onde estavam nossas coisas. No caminho, peguei a página e entendi o torpor da mente de Nightingale; estava descrita a cena em que ele levou a mão ao bolso para pegar o manuscrito, onde leu que ele levava a mão ao bolso para pegar o manuscrito. Eu não culpo você, que está lendo, por se confundir. Claramente ele não esperava por isso.

É cada lugar que preciso
passar...
A xerife Breaker me devolveu meus itens e incumbiu Barry de entrar em contato com uma lista de pessoas para avisar da situação que estava rondando a cidade. Enquanto isso, ela iria me levar até onde Cynthia Weaver morava com o helicóptero da polícia. Tivemos algumas dificuldades para chegar até o meio de transporte porque as criaturas noturnas enfim estavam tomando a cidade, andando pelas ruas de forma indiscriminada como faziam na floresta. Ao menos eu tinha o reforço de alguém que sabia usar uma arma de fogo.

No caminho fui recolhendo todas as páginas que apareciam por aí e formando o livro com cada vez mais conteúdo. Um dos manuscritos dizia que Cynthia Weaver era a responsável por todas aquelas pinturas com tinta fotoluminescente que me direcionavam para fontes de munição, sinalizadores e equipamento em geral, numa forma de me preparar para a guerra contra a escuridão que ela sabia que viria. Dessa maneira, as únicas pessoas que encontrariam aqueles itens eram aqueles que foram atacados pelas trevas e salvos pela luz, assim como ela. Assim como eu.

Faltava pouco, eu
precisava ajudar Barry.
Quando recolhemos o equipamento necessário para partir com o helicóptero, recebemos uma mensagem de Barry, preocupado conosco e querendo que nos apressássemos. Voltamos até a delegacia para buscá-lo e irmos todos até a morada de Cynthia, numa usina elétrica abandonada da cidade, mas meu agente não estava mais na central de polícia. Vimos um disparo de sinalizador ao longe, do ponto onde o helicóptero estava, então foi para lá que fomos; só podia ser Barry.

Mais uma página veio ao meu encontro, esta que parecia ter sido entregue direto das mãos de Thomas Zane. Este manuscrito narrava que Alice estava viva, apenas presa na escuridão, se mantendo sã pelo pensamento de que eu estava indo atrás dela. Isso renovou minhas esperanças e me deu o reforço que precisava para lidar com toda aquela pressão. Chegamos no heliponto e a xerife ligou os motores, porém a Presença Negra parecia ter outros planos.

Tomando a forma de uma névoa escura vinda da floresta, Takens começaram a surgir conforme o comando de sua líder. Me comprometi em segurá-los o quanto pudesse para que Barry e Sarah preparassem nosso veículo. Foi uma situação desesperadora, mas os sinalizadores e granadas de luz que recolhi na delegacia foram de grande suporte. Quando estava tudo pronto, pulei para dentro do helicóptero, onde partimos para longe dali – e tendo de ver a cidade tomada pela escuridão se afastando.
Helicóptero com uma luz enorme. Segurança, enfim.

Episódio 5: O Clicker (Parte 2/3)

Esqueçam o que eu disse.
Eu nem imaginava que Sarah Breaker tinha lido meus livros. Foi num papo descontraído enquanto íamos até a usina que ela revelou isso, dizendo que comparava o próprio pai a um dos meus personagens. Chegamos perto da morada de Cynthia, mas não havia meios de pousar ali, precisando descer pela margem de um rio nos arredores para ter espaço para ir até o chão. Não vi problemas, mas a situação complicou quando aqueles malditos pássaros da escuridão surgiram, atacando o helicóptero e forçando a xerife a fazer manobras evasivas. O problema é que isso me fez cair do veículo.

Tudo bem que isso pode ter sido bom, eu caí um pouco mais perto da usina em relação a onde iríamos pousar, mas isso me separou dos dois. Eles disseram que nos encontraríamos mais adiante e concordei; eu estava equipado e podia me garantir, ou ao menos acreditava nisso. Avancei por dentro do que parecia ser um armazém da usina e encontrei um solitário rádio. Liguei e ouvi a voz de Pat Maine, confirmando que ele ainda estava vivo e bem. Uma música então começou a ressoar, uma música que de alguma forma mexeu comigo. Ela me fez lembrar do motivo de estar ali, o porquê – ou por quem – eu estava enfrentando essa guerra. Takens surgiram de todas as direções, atraídos pela melodia, mas eu nunca me senti tão confiante.


Eu estava chegando,
faltava pouco...
Pouco depois de sair do armazém já conseguia ver a usina. Só havia um rio entre eu e ela, mas eu não fazia ideia de como atravessar – ainda mais que o meu histórico com mergulhos em Bright Falls não é dos melhores. Passando por uma série de geradores, encontrei mais uma página, uma que enfim me mostrava qual era a solução para aquele problema: a última página do livro ainda estava na máquina de escrever no escritório da cabana. Se eu puder chegar até lá, conseguirei escrever o final que eu quero para essa história, e assim livrar o mundo da Presença Negra e trazer de volta a minha Alice. Obrigado, Zane, por continuar me ajudando.

Vasculhei os arredores até encontrar uma velha ponte de metal, móvel, provavelmente usada para transportar equipamentos entre a usina e o outro lado do rio. Liguei os geradores e ativei a ponte, fazendo com que ela girasse e conectasse os dois lados, assim podendo me deslocar até a morada de Weaver. A situação complicou quando aqueles pássaros surgiram de novo, mas o helicóptero surgiu para o resgate, me dando suporte para continuar avançando. Eu queria ter subido novamente no veículo, mas a situação não cooperava para isso.

Chegando ao outro lado corri e dei a volta na usina procurando por uma entrada. Ao ver o símbolo do local, reconheci como a mesma marca que aparecia com a tinta fotoluminescente nas caixas de equipamento que encontrava em minha jornada. Encontrei uma porta aos fundos e a abri, apenas para ficar cego por alguns instantes com a forte luz que escapou das frestas das placas de metal, me fazendo recuar, acuado. Era como se nem a luz e nem as trevas me quisessem.
Enfim engolido pela luz.

Episódio 5: O Clicker (Parte 3/3)

Era um forte bem interessante este que Cynthia criou.
A iluminação só reduziu quando a anfitriã, Cynthia Weaver, me reconheceu como o enviado de Thomas Zane. Ela disse que o que eu procurava estava na Sala Iluminada, um recinto construído pela própria Cynthia para proteger o único artefato que pode afastar a escuridão e me dar uma chance de reescrever essa história. O caminho até lá era através de um encanamento interno da usina, porém a iluminação lá estava cortada por causa dos ataque dos Takens aos geradores do lado de fora. Eu tinha de ir lá para limpar a área e ativar novamente a luz, então saí mais uma vez.

Enfrentar poucos Takens agora era coisa fácil, não tive dificuldade em me livrar deles no caminho até a chave de força, o que me fez questionar o medo de Cynthia de agir. Bem, ela é uma mulher idosa, e eu ainda consigo correr e combater. Além disso, eu não podia culpar Weaver por estar tão temerosa e precavida, afinal, eu estou paranoico e só estou enfrentando a escuridão na últimatima semana. Ela foge disso há anos.

Zane tentou corrigir seus
erros, mas já era
tarde demais.
Voltei para dentro e a moça me guiou pelos caminhos tortuosos que ela criou para proteger o artefato. No caminho, ouvi que ela conheceu Thomas, tinha uma queda por ele e invejava a sorte de Barbara Jagger, isso até o acidente no lago que a fez perecer. Isso levou Zane a escrever uma história onde ela voltava, tentando trazê-la à vida, mas o que voltou não era ela. No fim, todos éramos personagens presos a essa história que Zane e eu criamos, e todos iriam cair se não encontrasse uma forma de quebrar esse ciclo. O caminho se abriu e eu estava prestes a seguir por ele, mas precisava antes avisar Barry onde estava.

Liguei para ele, informando o caminho que iria seguir e ouvi um grito desesperado do outro lado da linha, seguido de um tremor que fez até aquele encanamento vibrar. A linha caiu. Não importava o que eu precisava fazer no fim daquele corredor, eu precisava ir ver como estava meu melhor amigo e a xerife. Weaver me indicou o caminho por fora dali e disse que seguiria por dentro, e assim me despedi e voltei para o lado de fora. Contudo, eu não estava pronto para ver o helicóptero em chamas, caído na água.

Difícil era não rir de Barry
com essas luzes pelo corpo.
Minha garganta apertou e não consegui emitir nem um grito enquanto corria nos arredores, procurando por Barry e Sarah. Minhas mãos tremiam, mal conseguia segurar a lanterna de imaginar que a Presença Negra podia ter tirado de mim meu melhor amigo além da minha esposa. A ira estava tomando conta da tristeza e estava prestes a voltar ao meu rumo quando vi um disparo de sinalizador. Imediatamente corri para o local e encontrei a xerife e Barry lutando contra um grupo de Takens. Entorpecido pelo alívio, levei alguns instantes até recuperar o bom senso e me unir ao combate, rapidamente limpando o campo.

Seguimos até a represa, onde a Sala Iluminada estava, e tomamos o elevador para ir de encontro à Cynthia. Ao chegar na estrutura, a porta parecia estar com defeito e precisava que o botão fosse segurado para ela se manter aberta. Pressionei e esperei que Barry e Sarah passassem para o lado de dentro e mantivessem a porta aberta de lá, mas quando corri ao encontro deles, um desmoronamento tampou o meu caminho. Provavelmente era obra da Presença Negra. Pedi para que continuassem e tracei o meu caminho para a parte de cima da estrutura, onde provavelmente deveria haver outra entrada.

Quando isso tudo terminar,
terei um desses em casa.
O problema é que a escuridão estava cada vez mais forte, e os objetos começaram a avançar contra mim. Corri em direção a um corredor mais estreito, onde as árvores, barris e outras partes do ambiente não voariam contra mim. Lá eu encontrei uma página, essa explicando porque praticamente ninguém tinha ouvido falar de Thomas Zane: para apagar a escuridão, ele apagou a si e a sua própria obra da história. Contudo, ele criou uma abertura nessa máxima, um exceção; tudo que ele tivesse guardado dentro de uma caixa de sapatos continuaria real, ligado a ele, ligado à sua lembrança. Poderia essa caixa ser aquela que encontrei na cabana quando entrei nela pela primeira vez? Talvez Weaver pudesse me esclarecer isso.

Encontrei um caminho por cima da represa, mas a situação não era muito favorável. A Presença Negra estava fazendo de tudo para me impedir, direcionando seus pássaros, Takens e até arremessando carros. Encontrei no topo uma luz de busca da polícia, aqueles mini-farois que são usados em buscas aéreas, acoplado em um carro. Isso foi de grande ajuda, já que a intensidade da luz por si só era suficiente para dizimar algumas das criaturas das sombras. Contudo, eu não tinha tempo a perder, e comecei a correr por cima da represa, deixando sinalizadores para trás, ganhando tempo.

Eu nunca vi a escuridão
agindo de forma tão
agressiva.
Claro que isso só parou os fantoches da escuridão, e não ela em si. Quando me vi sem mais sinalizadores, o avanço sombrio veio com tudo. O caminho de metal beirando a represa desabava conforme eu corria, peças de metal desmoronavam, era uma maldita avalanche metálica e eu estava quase sendo engolido. Corri como nunca antes até ver, ao longe, uma sala com uma iluminação muito forte. Ouvi a voz da xerife e de Barry me chamando e apliquei um último impulso para pular lá dentro, caindo rolando, exausto. Era o elevador que nos levaria até a Sala Iluminada, e lá estavam Barry, Sarah e Cynthia.

Ao descer até o subsolo da represa, chegamos em uma base militar abandonada que servia de moradia para Cynthia Weaver. No fim do corredor, um cofre, provavelmente um bunker. Ali era a Sala Iluminada, imune à escuridão. O nome ficou bem claro quando vi centenas de lâmpadas suspensas ao redor de uma mesa com uma caixa de sapato, mantendo a iluminação tão intensa quanto possível, expurgando qualquer sombra que pudesse se aproximar. Eu não era parte da escuridão, então caminhei até a caixa.

Peguei uma página lá de dentro, parecia uma biografia minha, mas escrita por Thomas Zane. Como a página dizia, o que era dele e estivesse na caixa continuaria a existir. O curioso é o contexto:

“Alan, sete anos de idade, lutava desesperadamente para dormir. Quando ele conseguia, logo acordava, gritando, com os pesadelos ainda frescos em sua mente. Uma noite, sua mãe sentada em sua cama, lhe ofereceu um interruptor de abajur mágico. Ela o chamou de Clicker, e acionar o botão projetaria uma luz mágica que afastaria todas as criaturas. Para reforçar o poder daquele talismã, a mãe disse que o artefato foi dado para ela pelo pai de Alan. O garoto nunca conheceu seu pai, então tudo que vinha dele ganhava uma proporção mística em sua mente. Com o Clicker em sua mão, Alan finalmente conseguiu dormir como um bebê. Agora, quase trinta anos depois, Alan pensou nisso, conforme se mantinha na beirada de Cauldron Lake com o Clicker em sua mão. Ele respirou fundo e pulou.”

Por baixo da folha, estava o meu precioso Clicker. Minha mente estava atordoada enquanto eu tomava o artefato com a mão direita, examinando-o para averiguar se era mesmo o meu. Zane criou o Clicker, o inseriu em minha vida. Eu estava predestinado a vir para cá. Thomas confiou a mim a única chave capaz de banir a escuridão de uma vez por todas, e eu não iria decepcioná-lo. Essa é a última noite que a Presença Negra vai atormentar o mundo.

Eu tenho o botão para expurgar as trevas em minhas mãos, e eu vou apertá-lo.

Isso conclui mais essa etapa do Blast Log de Alan Wake. Com todos os mistérios enfim emergindo na luz, resta apenas uma missão para o escritor executar e enfim salvar sua esposa. Será que ele será bem sucedido em sua tarefa final? Descubram semana que vem na possivelmente última parte de nosso diário de bordo!
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Wellington Aciole

é graduando em Ciências Contábeis e amante de uma boa discussão sobre videogames. Além de escrever para o Xbox Blast, também é redator nas revistas Nintendo World e EGW. Para elogios e críticas, pode encontrá-lo no Facebook ou Twitter.

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