Antes de ler, esteja certo de que já viu as partes anteriores!
Parte 1: Um pesadelo acordado
Parte 2: Tomados pela escuridão
Parte 3: Resgate sem refém
Parte 4: A luz da verdade
Episódio 5: O Clicker (Parte 1/3)
Presos no sentido figurado e real agora. |
Nightingale entrou em seguida, acompanhado de uma furiosa xerife Breaker. Ela estava incomodada com os métodos do agente do FBI, mas este estava irrefutável em sua decisão de me prender, ainda mais depois de ler o manuscrito que confiscou de mim. Agora que lembrei, uma página que encontrei na minha busca pelo suposto sequestrador de Alice dizia que Nightingale iria me prender sob acusação de conspirar com o assassinato de um agente federal. Droga, então era essa a situação que ele previu. Minha cabeça começou a doer de novo, as luzes começaram a piscar. Aquilo era um mal sinal.
Nightingale não parecia interessado na história. |
Sarah acreditou em mim mais do que nunca, pedindo para que Barry e eu a seguíssemos até seu escritório, onde estavam nossas coisas. No caminho, peguei a página e entendi o torpor da mente de Nightingale; estava descrita a cena em que ele levou a mão ao bolso para pegar o manuscrito, onde leu que ele levava a mão ao bolso para pegar o manuscrito. Eu não culpo você, que está lendo, por se confundir. Claramente ele não esperava por isso.
É cada lugar que preciso passar... |
No caminho fui recolhendo todas as páginas que apareciam por aí e formando o livro com cada vez mais conteúdo. Um dos manuscritos dizia que Cynthia Weaver era a responsável por todas aquelas pinturas com tinta fotoluminescente que me direcionavam para fontes de munição, sinalizadores e equipamento em geral, numa forma de me preparar para a guerra contra a escuridão que ela sabia que viria. Dessa maneira, as únicas pessoas que encontrariam aqueles itens eram aqueles que foram atacados pelas trevas e salvos pela luz, assim como ela. Assim como eu.
Faltava pouco, eu precisava ajudar Barry. |
Mais uma página veio ao meu encontro, esta que parecia ter sido entregue direto das mãos de Thomas Zane. Este manuscrito narrava que Alice estava viva, apenas presa na escuridão, se mantendo sã pelo pensamento de que eu estava indo atrás dela. Isso renovou minhas esperanças e me deu o reforço que precisava para lidar com toda aquela pressão. Chegamos no heliponto e a xerife ligou os motores, porém a Presença Negra parecia ter outros planos.
Tomando a forma de uma névoa escura vinda da floresta, Takens começaram a surgir conforme o comando de sua líder. Me comprometi em segurá-los o quanto pudesse para que Barry e Sarah preparassem nosso veículo. Foi uma situação desesperadora, mas os sinalizadores e granadas de luz que recolhi na delegacia foram de grande suporte. Quando estava tudo pronto, pulei para dentro do helicóptero, onde partimos para longe dali – e tendo de ver a cidade tomada pela escuridão se afastando.
Helicóptero com uma luz enorme. Segurança, enfim. |
Episódio 5: O Clicker (Parte 2/3)
Esqueçam o que eu disse. |
Tudo bem que isso pode ter sido bom, eu caí um pouco mais perto da usina em relação a onde iríamos pousar, mas isso me separou dos dois. Eles disseram que nos encontraríamos mais adiante e concordei; eu estava equipado e podia me garantir, ou ao menos acreditava nisso. Avancei por dentro do que parecia ser um armazém da usina e encontrei um solitário rádio. Liguei e ouvi a voz de Pat Maine, confirmando que ele ainda estava vivo e bem. Uma música então começou a ressoar, uma música que de alguma forma mexeu comigo. Ela me fez lembrar do motivo de estar ali, o porquê – ou por quem – eu estava enfrentando essa guerra. Takens surgiram de todas as direções, atraídos pela melodia, mas eu nunca me senti tão confiante.
Eu estava chegando, faltava pouco... |
Vasculhei os arredores até encontrar uma velha ponte de metal, móvel, provavelmente usada para transportar equipamentos entre a usina e o outro lado do rio. Liguei os geradores e ativei a ponte, fazendo com que ela girasse e conectasse os dois lados, assim podendo me deslocar até a morada de Weaver. A situação complicou quando aqueles pássaros surgiram de novo, mas o helicóptero surgiu para o resgate, me dando suporte para continuar avançando. Eu queria ter subido novamente no veículo, mas a situação não cooperava para isso.
Chegando ao outro lado corri e dei a volta na usina procurando por uma entrada. Ao ver o símbolo do local, reconheci como a mesma marca que aparecia com a tinta fotoluminescente nas caixas de equipamento que encontrava em minha jornada. Encontrei uma porta aos fundos e a abri, apenas para ficar cego por alguns instantes com a forte luz que escapou das frestas das placas de metal, me fazendo recuar, acuado. Era como se nem a luz e nem as trevas me quisessem.
Enfim engolido pela luz. |
Episódio 5: O Clicker (Parte 3/3)
Era um forte bem interessante este que Cynthia criou. |
Enfrentar poucos Takens agora era coisa fácil, não tive dificuldade em me livrar deles no caminho até a chave de força, o que me fez questionar o medo de Cynthia de agir. Bem, ela é uma mulher idosa, e eu ainda consigo correr e combater. Além disso, eu não podia culpar Weaver por estar tão temerosa e precavida, afinal, eu estou paranoico e só estou enfrentando a escuridão na últimatima semana. Ela foge disso há anos.
Zane tentou corrigir seus erros, mas já era tarde demais. |
Liguei para ele, informando o caminho que iria seguir e ouvi um grito desesperado do outro lado da linha, seguido de um tremor que fez até aquele encanamento vibrar. A linha caiu. Não importava o que eu precisava fazer no fim daquele corredor, eu precisava ir ver como estava meu melhor amigo e a xerife. Weaver me indicou o caminho por fora dali e disse que seguiria por dentro, e assim me despedi e voltei para o lado de fora. Contudo, eu não estava pronto para ver o helicóptero em chamas, caído na água.
Difícil era não rir de Barry com essas luzes pelo corpo. |
Seguimos até a represa, onde a Sala Iluminada estava, e tomamos o elevador para ir de encontro à Cynthia. Ao chegar na estrutura, a porta parecia estar com defeito e precisava que o botão fosse segurado para ela se manter aberta. Pressionei e esperei que Barry e Sarah passassem para o lado de dentro e mantivessem a porta aberta de lá, mas quando corri ao encontro deles, um desmoronamento tampou o meu caminho. Provavelmente era obra da Presença Negra. Pedi para que continuassem e tracei o meu caminho para a parte de cima da estrutura, onde provavelmente deveria haver outra entrada.
Quando isso tudo terminar, terei um desses em casa. |
Encontrei um caminho por cima da represa, mas a situação não era muito favorável. A Presença Negra estava fazendo de tudo para me impedir, direcionando seus pássaros, Takens e até arremessando carros. Encontrei no topo uma luz de busca da polícia, aqueles mini-farois que são usados em buscas aéreas, acoplado em um carro. Isso foi de grande ajuda, já que a intensidade da luz por si só era suficiente para dizimar algumas das criaturas das sombras. Contudo, eu não tinha tempo a perder, e comecei a correr por cima da represa, deixando sinalizadores para trás, ganhando tempo.
Eu nunca vi a escuridão agindo de forma tão agressiva. |
Ao descer até o subsolo da represa, chegamos em uma base militar abandonada que servia de moradia para Cynthia Weaver. No fim do corredor, um cofre, provavelmente um bunker. Ali era a Sala Iluminada, imune à escuridão. O nome ficou bem claro quando vi centenas de lâmpadas suspensas ao redor de uma mesa com uma caixa de sapato, mantendo a iluminação tão intensa quanto possível, expurgando qualquer sombra que pudesse se aproximar. Eu não era parte da escuridão, então caminhei até a caixa.
Peguei uma página lá de dentro, parecia uma biografia minha, mas escrita por Thomas Zane. Como a página dizia, o que era dele e estivesse na caixa continuaria a existir. O curioso é o contexto:
“Alan, sete anos de idade, lutava desesperadamente para dormir. Quando ele conseguia, logo acordava, gritando, com os pesadelos ainda frescos em sua mente. Uma noite, sua mãe sentada em sua cama, lhe ofereceu um interruptor de abajur mágico. Ela o chamou de Clicker, e acionar o botão projetaria uma luz mágica que afastaria todas as criaturas. Para reforçar o poder daquele talismã, a mãe disse que o artefato foi dado para ela pelo pai de Alan. O garoto nunca conheceu seu pai, então tudo que vinha dele ganhava uma proporção mística em sua mente. Com o Clicker em sua mão, Alan finalmente conseguiu dormir como um bebê. Agora, quase trinta anos depois, Alan pensou nisso, conforme se mantinha na beirada de Cauldron Lake com o Clicker em sua mão. Ele respirou fundo e pulou.”
Por baixo da folha, estava o meu precioso Clicker. Minha mente estava atordoada enquanto eu tomava o artefato com a mão direita, examinando-o para averiguar se era mesmo o meu. Zane criou o Clicker, o inseriu em minha vida. Eu estava predestinado a vir para cá. Thomas confiou a mim a única chave capaz de banir a escuridão de uma vez por todas, e eu não iria decepcioná-lo. Essa é a última noite que a Presença Negra vai atormentar o mundo.
Eu tenho o botão para expurgar as trevas em minhas mãos, e eu vou apertá-lo.
Isso conclui mais essa etapa do Blast Log de Alan Wake. Com todos os mistérios enfim emergindo na luz, resta apenas uma missão para o escritor executar e enfim salvar sua esposa. Será que ele será bem sucedido em sua tarefa final? Descubram semana que vem na possivelmente última parte de nosso diário de bordo!
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Wellington Aciole
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